De um lado, cerca de 30 pessoas afetas ao Partido Nacional Renovador (PNR) gritavam "Nacionalismo Sempre" e "Sócrates ladrão", por outro, outros tantos apoiantes do antigo primeiro-ministro, detido preventicamente na cadeia de Évora, entoavam "25 de Abril Sempre, fascismo nunca mais".
Os elementos do PNR estão concentrados à porta da prisão desde a hora de almoço, hora de início da manifestação que convocaram, enquanto os apoiantes do antigo chefe de Governo estão afastados algumas centenas de metros, numa manifestação marcada pelo Movimento Cívico José Sócrates Sempre.
Por duas vezes, pessoas afetas ao PNR subiram para cima de uma carrinha que transportava um cartaz com a imagem de José Sócrates e colaram autocolantes, empunharam bandeiras e gritaram palavras de ordem, tendo alguns caído, sem consequências graves, quando a viatura arrancou.
Viveram-se alguns momentos de tensão, com troca acessa de palavras entre apoiantes e opositores de Sócrates, mas sem se registarem quaisquer agressões.
Nas imediações da prisão encontravam-se, a meio da tarde, cerca de uma dezena de agentes da PSP de Évora.
José Sócrates foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa e está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito, sendo o único dos nove arguidos das “Operação Marquês” em prisão preventiva.
O empresário Carlos Santos Silva, o administrador do grupo Lena Joaquim Barroca, o ex-motorista de Sócrates João Perna, o administrador da farmacêutica Octapharma Paulo Lalanda de Castro, a mulher de Carlos Santos Silva, Inês do Rosário, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira, o presidente da empresa que gere o empreendimento de Vale do Lobo, Diogo Gaspar Ferreira e o ex-ministro Armando Vara são os outros arguidos no processo.
Lusa / SOL