Explicou, na altura, que o 25º lugar (-9) no Clube de Golfe do Santo da Serra ficara mais a dever-se à sua pouca adaptação aos greens demasiado elevados do campo madeirense. Antes de viajar para a Madeira, o nº1 português tinha-se declarado na sua «melhor forma» e isso ficou patenteado no Galgorm Castle Golf Club, em Ballymena, no condado de Antrim. Foi uma prova de trás para a frente, com alguma dificuldade inicial nos putts, mas com esse problema a ser resolvido, ao ponto de considerar ontem que tinha sido «um bom dia a todos os níveis». Acabou mesmo em grande, com a segunda melhor volta de Sábado e a melhor de Domingo. Só nos últimos dois dias somou 14 birdies!
O nº1 português começou a prova como 56º classificado aos 18 buracos (70 pancadas), subiu para 30º aos 36 (67), ascendeu depois para 8º aos 54 (66), para fechar os 72 buracos (66) em 3º, empatado com o holandês Daan Huzing, o campeão da primeira edição deste torneio, em 2013. “Melinho” totalizou 269 pancadas, 15 abaixo do Par neste torneio de 170 mil euros em prémios monetários, um resultado que impressiona por «as condições não terem estado nada fáceis», como ele próprio escreveu ontem na sua conta oficial do Facebook. Aliás, Pedro Figueiredo chegou a publicar nas redes sociais uma foto de guarda-chuva e equipamento de inverno.
Foi a sétima vez esta época no Challenge Tour que Melo Gouveia atingiu os dois dígitos em resultados em relação ao Par dos campos. Aliás, -15 é o seu quarto melhor agregado da temporada. Em 12 torneios disputados no Challenge Tour de 2015, o algarvio passou o cut em todos, colecionou oito top-ten, incluindo uma vitória na Alemanha, 2º lugares em Espanha e na Eslováquia e agora este 3º posto na Irlanda do Norte. Pressente-se que mais tarde ou mais cedo poderá haver um segundo título esta época e um terceiro de carreira. O 3º lugar no Open da Irlanda do Norte valeu-lhe um prémio de 11.050 euros e cimentou a 1ª posição na Corrida para Omã, com 99.654 euros.
Mesmo que Roope Kakko (91.272 euros depois da vitória na Madeira) não tivesse pedido para retirarem o seu nome do ranking, o algarvio seria sempre o n.º1 do Challenge Tour.
Foi uma semana em grande para Ricardo Melo Gouveia, na qual celebrou na quinta-feira o seu 24º aniversário com um bolo com que a namorada, Carolina, o surpreendeu no hotel, e ainda visitou o museu Titanic com o amigo Pedro Figueiredo. E por falar em “Figgy”, foi importante ter passado o cut pela segunda semana consecutiva, depois de cinco cuts falhados no Challenge Tour antes da Madeira. Contudo, o fim de semana não lhe correu bem, depois de ter carimbado uma das suas melhores voltas da época, em 67 (-4), na sexta-feira.
Pedro Figueiredo concluiu em 58º empatado, com 287 (70+67+73+77), +3, embolsou 553 euros e só subiu um lugar no ranking para 136º com 6.170 euros. Pelo meio, em 49º empatado, ficou Filipe Lima, com 281 (70+66+74+71), -3. Arrecadou 702 euros e perdeu 2 posições no ranking, para 36º, com 25.078 euros. Lima vinha de quatro top-20 seguidos no Challenge Tour. Tiago Cruz não jogou na Irlanda do Norte, mas surge na Corrida para Omã no 114º posto, com 8.340 euros.
O torneio irlandês coroou Clément Sordet, com 267 (67+66+68+66), -17. Bateu o norte-americano John Hahn por 1 e o português Melo Gouveia por 2. O francês de 22 anos tornou-se profissional este ano, depois de uma bela carreira no circuito universitário norte-americano, onde venceu seis torneios. Clément Sordet disputou apenas o seu quarto torneio como profissional e já conseguiu um título do Challenge Tour, pelo que se perfila como um sério rival para Ricardo Melo Gouveia. Os dois conhecem-se bem, dado que, há um ano, foram parceiros na seleção europeia que venceu a Palmer Cup.
Artigo escrito por Hugo Ribeiro, ao abrigo da parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe com o Semanário SOL.