A equipa "investiga sobre certos elementos que são talvez originários de um sistema de míssil terra-ar de tipo BUK", indicou em comunicado o Gabinete holandês para a segurança (OVV), responsável pelo inquérito sobre as causas da catástrofe.
Dois terços das vítimas eram de nacionalidade holandesa, e este país foi responsabilizado pela coordenação das investigações sobre as causas da catástrofe, mas também sobre um inquérito penal e ainda da missão de repatriamento dos corpos.
"Estes elementos foram encontrados durante uma anterior missão no leste da Ucrânia", acrescentou a OVV.
O Boeing 777 da Malaysia Airlines foi abatido em 17 de julho de 2014 no leste da Ucrânia, e quando decorriam os combates entre separatistas pró-russos e forças governamentais.
A Ucrânia e os Estados Unidos afirmam que o aparelho foi abatido por um míssil terra-ar fornecido por Moscovo aos separatistas pró-russos. Por sua vez, a Rússia responsabilizou as forças ucranianas.
Os membros da equipa que conduzem o inquérito pena, que inclui representantes da Holanda, Ucrânia, Malásia, Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e Rússia, estão atualmente em Haia, para discutir um primeiro esboço do relatório final da OVV sobre as causas do acidente. O relatório final é aguardado no outono.
Segundo o comunicado, os elementos encontrados "são importantes para o inquérito penal porque podem fornecer informações sobre quem esteja envolvido na queda do MH17".
"Neste momento podemos concluir que existe uma ligação de casualidade entre os elementos encontrados e o despenhamento do voo MH17", assinalou a mesma fonte.
Em 29 de julho a Rússia impôs o seu veto no Conselho de Segurança da ONU a uma resolução que teria permitido a criação de um tribunal especial para julgar os responsáveis deste acidente aéreo, e que era designadamente exigido pela Holanda.
Os países que tentaram formar este tribunal ensaiam agora outros meios para desencadear procedimentos judiciais, mesmo que nenhum suspeito tenha sido identificado ou detido até ao momento.
Lusa/SOL