Grécia. Previsões apontam para queda do PIB de 2,3% em 2015 e 1,3% em 2016

A Grécia, que vai adotar um novo programa de reformas em troca de um terceiro resgate, deverá ficar em recessão este ano e no próximo, afirmaram hoje fontes europeias.

A economia grega, que só em 2014 saiu do um longo período de recessão de seis anos, deverá ver o Produto Interno Bruto (PIB) cair 2,3% em 2015 e 1,3% em 2016, de acordo com as fontes citadas pela AFP.

O novo programa de assistência, que prevê um financiamento de 85 mil milhões de euros em três anos, inclui medidas "duras, mas os sacrifícios vão ser repartidos com equidade", disse uma das fontes, acrescentando que o acordo é "muito completo e concebido para resolver os problemas do modelo económico grego".

O programa prevê não apenas aumento de impostos, redução da despesa e reformas de fundo mas também "medidas fortes para apoiar o crescimento", adiantou, falando sob anonimato.

O ministro da Economia grego, Giorgos Stathakis, afirmou que prevê uma "pequena recessão" este ano e um regresso ao crescimento no próximo, mas de acordo com as previsões de fontes europeias, a Grécia só deverá voltar ao crescimento em 2017, com um avanço do PIB de 2,7% e de 3,1% em 2018.

O acordo sobre os objetivos orçamentais da Grécia para 2015-2018 prevê que haja um défice primário de 0,25% do PIB em 2015, antes de excedentes primários de 0,5% do PIB em 2017, de 1,75% em 2017 e de 3,5% em 2018, em vez de excedentes em todos os anos como era esperado anteriormente.

Os excedentes primários devem dar a Atenas uma certa margem de manobra para relançar o crescimento e, em teoria, para reduzir a dívida, que atinge atualmente 170% do PIB, ou seja 320 mil milhões de euros, devendo chegar a 200% do PIB.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), que ameaçou não participar na ajuda financeira à Grécia se nada for feito para reduzir esta dívida que considera insustentável, espera um gesto dos europeus.

As fontes questionadas hoje insistiram na necessidade de Atenas começar a aplicar as reformas até outubro, quando será feita uma primeira revisão do programa.

As medidas para aliviar o peso da dívida só "numa fase posterior", indicou uma das fontes.

Lusa/SOL