As numerosas dissidências no seio do Syriza deixaram o Governo muito debilitado, noticiam as agências de informação internacionais, notando que o antigo ministro das Finanças, Yanis Varufakis, foi um dos que votou contra, apesar de dizer manter a confiança no primeiro-ministro, Alexis Tsipras.
Depois de uma maratona negocial que começou na quinta-feira e só se concluiu já esta manhã, a votação sobre o terceiro resgate financeiro à Grécia foi aprovado com 222 votos a favor, 64 contra, 11 abstenções e três ausências, num Parlamento que tem 300 lugares.
De acordo com a imprensa local, o facto de 47 deputados do Syriza não terem votado favoravelmente o plano apresentado por Tsipras vai levar à apresentação de uma moção de confiança, que teria lugar depois do pagamento da primeira tranche do resgate, o que deverá acontecer até à próxima semana, caso os líderes da zona euro aprovem, esta tarde, os contornos finais do terceiro programa de resgate.
Para além das críticas internas, o primeiro-ministro grego terá também de lidar com as dissidências no seu partido, como as do antigo ministro Panayotis Lafazanis, que anunciou a criação de um movimento social anti-resgate e defende a mobilização social para combater as políticas que serão implementadas ao abrigo do novo programa.
Até 20 de agosto a Grécia tem de devolver cerca de 3,4 mil milhões de euros ao Banco Central Europeu.
Em troca do terceiro resgate, que vale 86 mil milhões de euros nos próximos três anos, a Grécia terá de aplicar alterações legislativas que valem 4 a 5% do PIB, algumas em matérias tão sensíveis como as pensões, o IVA ou um novo programa de privatizações.
A reunião dos ministros das Finanças da zona euro está marcada para as 14:00 (hora de Lisboa), em Bruxelas, para discutir o terceiro resgate à Grécia, apesar das dúvidas que permanecem e da possibilidade de se optar, no imediato, por um novo empréstimo transitório, uma ideia defendida pela Alemanha, mas criticada pela Grécia.
Lusa/SOL