Tsipras explicou que teve de escolher entre um programa de ajuda com o euro ou o dracma como moeda nacional.
"Perante um ultimato para a saída temporária da Grécia da zona euro, tomámos a responsabilidade perante o povo grego de nos mantermos vivos e continuarmos a luta em vez do suicídio (a saída do euro)", afirmou esta manhã Tsipras num discurso no parlamento, numa sessão que se estendeu durante toda a madrugada e que deverá terminar com a votação do acordo.
O primeiro-ministro disse que não se arrepende de ter tomado essa decisão e, embora tenha reconhecido que a ajuda externa não é uma vitória, salientou que constitui a melhor opção que o país tinha num momento de asfixia financeira.
Por outro lado, disse que a solução do empréstimo ponte sugerida pela Alemanha "seria o regresso a uma crise sem fim".
"Isso é o que alguns procuram sistematicamente e nós temos a responsabilidade de o evitar, de não facilitar", afirmou.
A votação do acordo, que começou esta madrugada com grande atraso devido a questões regimentais, é um requisito que as instituições exigiram antes da decisão do Eurogrupo.
Em causa está a aprovação de um acordo sobre o plano de ajuda de 85 mil milhões de euros, o terceiro desde 2010, em troca de medidas de poupança drásticas.
A sessão começou na manhã de quinta-feira com o debate nas comissões parlamentares, que ficou marcado pelo confronto entre a presidente do Parlamento, Zoé Konstandopulu, e alguns membros do Governo.
Konstandopulu, que previsivelmente votará contra, manifestou o seu descontentamento sobre o procedimento parlamentar escolhido pelo Governo para tramitar a lei do resgate (a via de urgência) e propôs que a votação se realizasse hoje de manhã.
Os ministros das Finanças da zona euro reúnem-se hoje em Bruxelas para se pronunciarem sobre o novo plano de ajuda à Grécia, em relação ao qual a Alemanha já disse "ter questões" que devem ser esclarecidas.
Lusa/SOL