Jorge Jesus
É, para já, o grande triunfador deste início da época futebolística. A Supertaça é um troféu menor, mas o jogo do Algarve entre Benfica e Sporting estava envolvido por uma forte carga simbólica: para o presidente do Benfica, que deixara sair Jesus, para Rui Vitória, que vinha de uma pré-época medíocre e terá sempre Jesus como termo de comparação, para Bruno de Carvalho, que apostou mundos e fundos na contratação de Jesus e de reforços de peso para a equipa – e, claro, sobretudo para o treinador que acabara de trocar a Luz por Alvalade. O Sporting ganhou sem contestação e com uma exibição de qualidade, não dando hipóteses ao Benfica. E o treinador dos leões reforçou a sua imagem de vencedor. Enquanto Rui Vitória parece ser, cada vez mais, a cara do perdedor típico.
Maria de Belém
Tem gerido com habilidade e inteligência política a sua já quase certa candidatura a Belém. Sem afrontar António Costa, mas aproveitando o descontentamento e as divisões internas do PS sobre as presidenciais. Sem hostilizar Sampaio da Nóvoa, mas sabendo fazer valer a sua condição de mulher, de dirigente do PS e de figura moderada do centro político (em contraponto com o posicionamento esquerdista do ex-reitor). O vazio político que Guterres criou no PS e no centro-esquerda com a recusa de se candidatar a Belém abriu a oportunidade para a sua ex-ministra se tornar uma interveniente decisiva no xadrez presidencial.
Sombra:
Anabela Rodrigues
Com o país a enfrentar um dos piores anos de incêndios da última década e meia, só na segunda-feira a ministra responsável apareceu a falar aos portugueses. Com o país a arder do Minho à Serra da Estrela e ao Algarve, a ministra quase desapareceu de circulação. Será da sua conhecida dificuldade de comunicação ou foi superiormente desaconselhada da fazer mais intervenções e aparições públicas?
Ascenso Simões
A sucessão de erros, gafes e disparates dos vários cartazes do PS ficará para a história anedótica das campanhas eleitorais. E o demitido director da campanha do PS foi o último a perceber o desastre: tentou desvalorizar as argoladas e até queria dar uma conferência de imprensa sobre o tema… Costa interveio e travou o amadorismo à solta.
Crónica originalmente publicada na edição em papel do SOL de 14/08/2015