Bernardo Xavier e Conceição Silvestre casaram-se na mesma igreja onde se conheceram e onde namoraram durante alguns anos. Ele era viúvo e ela solteira, sendo ambos católicos praticantes e frequentadores assíduos daquela igreja.
"Foi um amor à primeira vista dentro da igreja", revelou entre risos Conceição Silvestre, realçando estar muito feliz por ter encontrado aquele "homem maravilhoso".
Bernardo Xavier nasceu em Diu, na Índia. Andou por África e depois viveu em Lisboa. Em 1968 foi contratado como chefe de sala do Casino da Madeira e, desde então, estabeleceu residência na ilha.
Depois do falecimento da primeira mulher, no ano 2000, Bernardo Xavier passou a ir diariamente à freguesia de São Martinho visitar a campa no cemitério local, que é o maior do concelho do Funchal. A seguir, dirigia-se à igreja e assistia à missa. Finalmente, passava pelo supermercado e regressava a casa.
Este "giro no espaço, todos os dias percorrido, sem falhar um dia", como o próprio realça, levou-o a cruzar-se com Conceição Silvestre, natural da freguesia, mulher solteira, embora mãe de uma filha é já com netos e uma bisneta.
"Há cinco anos que a gente namorava. Já tínhamos casado no civil [em fevereiro] e agora decidimos casar na igreja", explicou Conceição Silvestre, ao mesmo tempo que Bernardo Xavier realçava que o casamento civil representa o Estado e é material, ao passo que o casamento na igreja é espiritual.
"Acredito na igreja, na santa fé e no que a igreja proclama", vincou o noivo.
O casamento foi celebrado pelo padre Marcos Gonçalves, ao meio-dia de hoje, numa cerimónia simples, discreta e familiar, estando a igreja sobriamente engalanada com flores brancas. À saída, atiraram-se pétalas de rosa e grãos de arroz aos noivos, em sinal de alegria e prosperidade.
Anete Xavier, uma das filhas de Bernardo, mostrou-se feliz por o pai ter encontrado "uma cara-metade", com quem pode partilhar a vida. "Acho que vão viver intensamente o resto dos seus anos", afirmou.
Lusa/SOL