Em Portugal, a quebra de actividade chinesa pode ter pelo menos um efeito directo: as exportações para aquele país, que valem cerca de mil milhões de euros por ano. A fábrica da Autoeuropa é a que enfrenta o maior risco, já que lidera a lista das empresas nacionais com mais vendas para aquele mercado. O sector mineiro e as fábricas do Ikea em Paços de Ferreira também têm relações significativas com aquele mercado, mas a fábrica de automóveis da Volkswagen representa quase metade do total das exportações.
Mas há outro mecanismo de transmissão indirecto que pode ter impacto em Portugal. A China já é o terceiro maior destino das exportações alemãs, onde sobressai a pujante indústria automóvel: os chineses já são dos principais compradores de Volkswagen, Mercedes, BMW e Audi no mundo. Um sobressalto económico em Pequim poria em causa a capacidade exportadora germânica – não é por acaso que a bolsa alemã é das que mais perdas está a ter esta manhã, com o DAX a cair 4%.
E, como a Alemanha é o motor da economia europeia, qualquer impacto chinês poderia ter efeitos noutras economias que fornecem produtos e serviços à Alemanha. É o caso de Portugal e de outras economias mais pequenas no espaço europeu, muito dependentes daquele mercado. A Alemanha é o terceiro maior destino das exportações nacionais.