Miguel Franco de Sousa irá capitanear pelo terceiro ano consecutivo a selecção da Europa Continental de sub-18 que defrontará a sua congénere das Ilhas Britânicas no Jacques Léglise Trophy, a 28 e 29 de agosto, no Royal Dornoch Golf Club, na Escócia.
O secretário-geral da Federação Portuguesa de Golfe (FPG) tentará vencer pela primeira vez o troféu fundado em 1984, uma vez que a “sua” equipa da Associação Europeia de Golfe (EGA) perdeu em 2013 no País de Gales por 15-9 e no ano passado na Suécia por 12,5-11,5.
«Espero poder levar a equipa à vitória. Temos uma equipa com jogadores que estão habituados a vitórias, pelo que só pensamos em ganhar», referiu Franco de Sousa, para quem «é um enorme privilegio capitanear uma selecção da Europa Continental no Jacques Léglise».
O último triunfo da Europa Continental remonta a 2012, na Irlanda, por 13,5-10,5. No cômputo geral, a formação do R&A, que reúne os melhores do Reino Unido e Irlanda, dispõe de uma vantagem de 23 vitórias para apenas 7 derrotas.
Para Portugal é obviamente prestigiante ter um dirigente desportivo nacional a desempenhar a função de selecionador (não-jogador). Miguel Franco de Sousa é apenas o segundo português a merecer esta confiança, depois de Manuel Agrellos, o atual presidente da FPG, ter sido o capitão europeu do Michael Bonallack Trophy, entre as equipas da Europa e da Ásia, em 1988, na Austrália.
A nível de jogadores, Portugal já esteve várias vezes representado em seleções da Europa. Sem pretender deixar uma lista exaustiva, vale a pena recordar Pedro Figueiredo e Gonçalo Pinto neste mesmo Jacques Léglise Trophy, Hugo Santos, Ricardo Santos e João Carlota no St. Andrews Trophy, Pedro Figueiredo na Junior Ryder Cup, Ricardo Melo Gouveia e Pedro Figueiredo na Palmer Cup.
«É muito positivo que Portugal esteja sempre representado nestas ocasiões, só espero que a curto prazo tenhamos mais jogadores a fazer parte destas equipas, pois é uma experiencia única», desejou o seleccionador da Europa.
Miguel Franco de Sousa, de 42 anos, foi capitão das seleções nacionais da FPG entre 2003 e 2010 e tem vindo a forjar uma carreira internacional na área do dirigismo desportivo: foi membro da Comissão de Campeonatos da EGA, é atual membro da Comissão do Challenge Tour e Circuitos Satélites do European Tour, e também da Comissão Executiva da Associação Europeia de Golfe Adaptado (EDGA).
As duas equipas do Jacques Léglise Trophy de 2015 apresentam-se muito fortes: «O nível de jogo destes jovens é já impressionante e muito maduro, de uma forma geral o nível de ambas as equipas é muito elevado».
Pela Europa Continental alinham: Kristoffer Reitan (Noruega), Viktor Hovland (Noruega), John Axelsen (Dinamarca), Christoffer Bring (Dinamarca), Maximilian Schmitt (Alemanha), Gisli Sveinbergsson (Islândia), Adrien Pendaries (França), Guido Migliozzi (Itália), Tim Widing (Suécia).
Pelas Ilhas Britânicas (GB&I), lideradas por Peter McEvoy, foram convocados os seguintes jogadores: do País de Gales, Ben Chamberlain, Tim Harry e Thomas Williams; da Escócia, Calum Fyfe e Sandy Scott; da Irlanda, Thomas Mulligan; e de Inglaterra, William Enefer, Bradley Moore e Marco Penge.
Alguns destes jogadores estiveram em fevereiro no Montado, em Palmela, para o Campeonato Internacional Amador de Portugal, o que mostra bem da importância que o torneio da FPG assume no calendário da EGA, sendo de destacar Christoffer Bring, que terminou no 2º lugar.
O Jacques Léglise Trophy joga-se em match play (confronto direto), com 24 pontos em disputa, uma vez que cada um dos dois dias de prova é constituído por 4 duelos de pares em formato foursomes e 8 confrontos de singulares.
O Royal Dornoch Golf Club foi fundado em 1977, compreende dois percursos de 18 buracos e será utilizado o Championship Course, típico links, ainda com traços originais do desenho de Old Tom Morris. «Vamos jogar naquele que é considerado por muitos como o melhor links do Mundo», disse Franco de Sousa, que admite que o factor casa será importante: «Vamos jogar num campo links, o que poderá dar uma vantagem natural à equipa da GB&I, mas os nossos jogadores estão cada vez mais à vontade neste tipo de campos».
Artigo escrito por Hugo Ribeiro, ao abrigo da parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe com o Semanário SOL.