O ponto alto das comemorações dos 175 anos da Sociedade Filarmónica Luzitana, fundada a 25 de agosto de 1840, decorre no sábado, com uma sessão solene e um concerto, às 16:30, no Teatro Bernardim Ribeiro, em Estremoz, distrito de Évora.
O programa de sábado inclui, também, a inauguração de uma exposição sobre a atividade da filarmónica, também no Teatro Bernardim Ribeiro, que pode ser visitada até ao dia 31 de outubro.
Hoje, para assinalar o aniversário, a filarmónica promove uma missa, às 18:00, decorrendo depois uma arruada pelas ruas da cidade.
O presidente da direção da Luzitana, Paulo Soeiro, disse hoje à agência Lusa que "a formação é a principal aposta da filarmónica", através do ensino da música, para "garantir a continuidade da banda".
Paulo Soeiro indicou que a escola da Luzitana conta atualmente com uma dezena de jovens aprendizes, que recebem lições gratuitas, acrescentando que "não tem havido dificuldades em arranjar jovens para a escola de música".
As aulas, segundo o responsável da filarmónica, são ministradas por músicos que integram a banda e pelo maestro Luís Ferreira de Matos, que não recebem qualquer remuneração.
A filarmónica conta com um total de 30 músicos, na maioria jovens com idades entre 15 e 30 anos.
A coletividade tem um pequeno museu de instrumentos, que fazem parte do seu historial, inaugurado em 1990, quando comemorou os 150 anos.
A Sociedade Filarmónica Luzitana, nascida a partir da extinta Banda Marcial do Batalhão de Voluntários de Estremoz da Senhora D. Maria II, tomou definitivamente o nome de Luzitana em 1875.
Em janeiro de 1894, por despacho da Direção Geral da Administração Política e Civil do Ministério dos Negócios do Reino, D. Carlos distinguiu-a com o galardão de "Real", tendo o monarca sido eleito seu presidente honorário a 04 de julho do mesmo ano.
Na altura, a filarmónica deslocava-se regularmente ao Paço Ducal de Vila Viçosa para animar festas e jantares com a presença do rei D. Carlos.
Até 1910, a banda designava-se por Real Filarmónica Luzitana, passando a partir da implantação da República a denominar-se Sociedade Filarmónica Luzitana.
Foi considerada pela Federação Portuguesa das Coletividades de Cultura e Recreio como a banda filarmónica mais antiga de Portugal com atividade ininterrupta.
A coletividade já foi agraciada com a medalha de ouro de Instrução e Arte e com a medalha de Mérito Municipal e em 2006 gravou o seu primeiro CD multimédia.
Em 2005, em conjunto com o Orfeão de Estremoz "Tomaz Alcaide" e a Sociedade Filarmónica Artística Estremocense reatou a tradição do corso carnavalesco de Estremoz.
Lusa/SOL