Nazaré oferece sardinhas a Assunção Cristas

A Câmara e a Associação de Pescadores e Armadores da Nazaré oferecem hoje à ministra do Mar as últimas sardinhas pescadas na zona, numa ação que visa sensibilizar o Governo para negociar melhores quotas de captura para 2016.

"Vamos estar no Ministério da Agricultura e do Mar a fazer a entrega simbólica das últimas sardinhas pescadas na Nazaré", disse à Lusa Walter Chicharro, presidente daquela vila piscatória, onde a captura de sardinha está proibida desde as 12h00 de sábado.

O objetivo da ação é sensibilizar a governante para os problemas decorrentes da quota para 2016, porque pescadores e autarquia consideram "impensável" que se aceite a quota sugerida pelo Conselho Internacional para a Exploração dos Mares (ICES).

O conselho defende, para o próximo ano, que a quota ibérica de captura de sardinha seja fixada em 1.587 toneladas, o que representa "uma redução de 90% em relação a 2015" e provocará, segundo Walter Chicharro, um "conjunto de problemas económicos e sociais que se levantarão à comunidade piscatória do país todo.

Com a iniciativa, pretende-se "simbolizar a luta que o Governo deverá assumir junto das instâncias europeias para que a quota da sardinha para 2016 não seja reduzida em 90%".

A ação está agendada para o período entre as 11h00 e as 11h30, hora a que o autarca e os representantes dos pescadores tencionam "oferecer uma caixa com 25 sardinhas à ministra e outra para entregar ao primeiro-ministro".

O protesto acontece depois de, no sábado, 10 presidentes de municípios onde há pesca de sardinha terem exigido o aumento da quota de captura para este ano e para o próximo, solidarizando-se com os pescadores de Peniche e da Nazaré.

Os 10 municípios exigiram ainda ao Governo, numa posição conjunta, que sejam rapidamente definidas "as medidas de acompanhamento para responder aos problemas resultantes da interdição e imobilização temporária das embarcações".

A posição foi subscrita pelas câmaras de Peniche, Nazaré, Figueira da Foz, Matosinhos, Sesimbra, Sines, Loulé, Portimão e Setúbal e Olhão.

Na terça-feira os operadores do setor da pesca da sardinha anunciaram também que irão solicitar uma reunião urgente à ministra da Agricultura e do Mar para pedir um aumento das quotas, assim como dos apoios atribuídos nos períodos de interrupção.

Lusa/SOL