"Hoje chegamos a um ponto que as pessoas morrem por culpa da política irresponsável de Bruxelas", afirmou, num comunicado, o grupo parlamentar do Fidesz.
Os deputados do partido no poder na Hungria acrescentaram que "as vagas de imigração ilegal ameaçam a Europa como uma explosão" e qualificaram como "irresponsáveis" os políticos europeus que "encorajam os imigrantes a deixar tudo para trás com a promessa de uma vida melhor" no espaço europeu.
A Hungria é muitas vezes o primeiro país da UE onde chegam dezenas de milhares de pessoas oriundas de países em conflito que procuram um lugar mais seguro para viver. Estas pessoas fazem milhares de quilómetros através da intitulada rota dos Balcãs, passando pela Turquia, Grécia, Macedónia e Sérvia.
A partir do território húngaro, os migrantes tentam seguir caminho até países como a Áustria, Alemanha ou Suécia, situação que é explorada pelas redes de tráfico de pessoas.
Em troca de dinheiro, os traficantes garantem transporte até ao destino desejado, mas muitas vezes as condições da viagem são desumanas e os migrantes arriscam a própria vida.
Este terá sido o caso das 71 pessoas encontradas mortas na quinta-feira no interior de um camião abandonado numa autoestrada no leste da Áustria. O camião era oriundo da Hungria.
As vítimas – 59 homens, oito mulheres e quatro crianças -, eram possivelmente migrantes sírios e terão morrido asfixiadas.
A crise migratória na Hungria levou, em julho, o governo de Viktor Orbán a lançar a construção de uma vedação na fronteira sul com a vizinha Sérvia, com o objetivo de travar o afluxo de migrantes.
A par do reforço policial na zona fronteiriça, com mais de 2.000 polícias, Budapeste também anunciou esta semana a intenção de enviar tropas para a fronteira com a Sérvia.
Lusa/SOL