Para além do vice-campeonato do ex-campeão nacional de sub-14, ainda houve mais dois top-10 finais de portugueses no Royal Golf Club of Belgium, em Ravenstein: João Girão assegurou o 5º posto e Leonor Bessa agarrou o 7º lugar. Nas Taças das Nações, concluídas na véspera, Portugal foi 2º e 4º no setor masculino e 9º no feminino.
O último dia de prova pertenceu completamente a Pedro Lencart, ao entregar o melhor cartão dos 149 participantes ao longo de quatro dias: 67 pancadas, 5 abaixo do Par do Old Course, um dos campos do clube.
Depois de nos dias anteriores Inês Barbosa (72), Carlos Laranja (68) e Afonso Girão (68) terem obtido os seus melhores resultados de sempre em 18 buracos em torneios internacionais, hoje foi a vez de Pedro Lencart alcançar a sua melhor marca da época.
Não fosse 1 bogey no penúltimo buraco, o seu único do dia, e teria sido uma volta imaculada, depois de 6 birdies (4, 8, 9, 11, 12, 13).
A última vez que tinha conseguido um resultado de 67 fora no Campeonato Nacional de Pares Mistos, em outubro de 2014, mas no Lisbon Sports Club, um campo de Par-69.
Pedro Lencart subiu de 5º empatado para 2º isolado, com 285 (-3), ficando a 3 do campeão, o finlandês Sami Valimaki (70+71+71+70), -6, que só não teve um triunfo “wire-to-wire” porque perdeu momentaneamente a liderança aos 36 buracos.
Para o português de apenas 15 anos foi mais uma boa classificação em 2015, a juntar à vitória no Campeonato Internacional Juvenil da Finlândia e ao 9º lugar no English Boys' Under 16 Open Amateur Stroke Play Championship.
Mas há algumas marcas igualmente importantes na sua época internacional: foi a sua sétima volta abaixo do Par, apenas a segunda vez em que jogou na casa das 60’s pancadas, e a primeira vez em que somou três voltas abaixo do Par no mesmo torneio.
O segundo melhor português foi João Girão, que empatou com o dinamarquês Rasmus Neergard na 5ª posição, com 290 (+2), depois de uma última volta em que igualou o Par-72 do campo.
Uma das características deste torneio para o português de 18 anos foi começar forte e perder um pouco o gás no final das voltas. Hoje até foi o dia em que adicionou mais birdies, com 4 (1, 5, 7 e 14). Chegou a andar por duas vezes com um agregado a Par do campo, mas terminou os últimos 4 buracos em +2, com bogeys no 15 e no 17, depois dos que já tinha sofrido no 3 e no 7.
O 5º lugar é uma boa classificação para João Girão, que este verão já se tinha sagrado campeão da McGinley Junior Cup, na Quinta do Lago.
A terceira melhor classificação portuguesa foi o 7º lugar de Leonor Bessa, empatada com mais três jogadoras (as francesas Laura Van Respaille, Emma Grechi e Noémie Sudron), com 302 (+14), depois de fechar o torneio com duas voltas sucessivas de 76.
A campeã nacional de sub-18, que andou todo o torneio a lutar contra uma dolorosa entorse no pé direito e com algum menor acerto no putt, ainda se manteve nos três primeiros dias na discussão do título.
Mas hoje, num dia em que só uma jogadora logrou bater o Par-72 do campo, Leonor Bessa nunca esteve perto de incomodar a campeã do torneio, a suíça Vanessa Knecht (74+73+74+74), que derrotou no play-off a francesa Camille Gollety, depois de terem empatado com 295 (+7).
A portuguesa de 17 anos não teve um bom início e nos primeiros seis buracos sofreu 1 duplo-bogey e 2 bogeys. Reagiu, com birdies no 7 e 9, mas quando parecia estar a encarrilar, novo duplo-bogey no 11 travou-a. Houve mais 1 birdie no 13 e 1 bogey no 15.
Leonor Bessa, que foi 2ª este ano na Argentina e 6ª no Campeonato Internacional da República Checa, continua a ser sistematicamente a melhor portuguesa em torneios internacionais, mas, nos últimos tempos, começa a visar mais alto e a desejar somar top-10 e voltas abaixo do Par. Um desses objetivos foi cumprido na Bélgica, com o seu terceiro top-10 do ano, igualando a marca de Pedro Lencart.
Para além dos top-10 de Pedro Lencart, João Girão e Leonor Bessa, Portugal alcançou ainda mais dois top-15, por Afonso Girão e Carlos Laranja terem integrado o grupo dos 12º classificados, com 296 (+8).
Qualquer um deles tinha carimbado nos dias anteriores boas voltas de 68 (-4), mas hoje o madeirense Laranja, de 15 anos, assinou 72 pancadas (apenas 1 birdie e 1 bogey), mostrando que a terceira volta de 83 foi um momento de aprendizagem em lidar com a pressão, enquanto o portuense Girão, de 18 anos, fez 78 (2 birdies, 6 bogeys e 1 duplo-bogey), mais 10 do que na véspera.
Inês Barbosa, a campeã nacional de sub-16, concluiu a sua prestação com 83 pancadas, para um agregado de 316 (+28), empatada com a italiana Anna Zanusso, no 32º lugar.
Note-se que na véspera Joana Silveira, também de apenas 15 anos, tinha falhado o cut, na 61ª posição empatada, com 245 (+29).
A seleção portuguesa foi liderada na Bélgica por Tiago Osório, membro da equipa técnica nacional e treinador do Centro Nacional de Formação de Golfe do Jamor.
Os resultados e classificação finais dos portugueses foram os seguintes:
Torneio Feminino
7ª empatada (era 4ª-6ª-7ª) Leonor Bessa, 302 (73+77+76+76), +14
32ª empatada (1ª-27ª-26ª) Inês Barbosa, 316 (72+84+77+83), +28
61ª empatada (22ª-56ª) Joana Silveira, 245 (77+86+82), +29 (falhou o cut)
Taça das Nações Feminina (classificação final)
9º (1º-10º) Portugal, 471 (150+163+158), +39
Torneio Masculino
2º (2º-4º-5º) Pedro Lencart, 285 (71+71+76+67), -3
5º empatado (12º-6º-5º) João Girão, 290 (73+73+72+72), +2
12º empatado (27º-20º-5º) Afonso Girão, 296 (75+75+68+78), +8
12º empatado (12º-2º-19º) Carlos Laranja, 296 (73+68+83+72), +8
Taça das Nações Masculina (classificação final)
2º Portugal-1, 436 (144+144+148), +4
4º Portugal-2, 442 (148+143+151), +10
Artigo escrito por Hugo Ribeiro, ao abrigo da parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe com o Semanário SOL.