‘Foi um ano negro para a Justiça’

A bastonária dos Advogados diz que o último ano foi “negro para a Justiça” e que o novo mapa judiciário, que concentrou os tribunais em 23 comarcas tem de ser alterado.

“A Justiça continua paralisada”, defendeu ao SOL Elina Fraga, considerando que há juízes com 30 mil a 40 mil processos para despachar e que muitos tribunais só conseguem resolver os casos urgentes. “Há falta de recursos humanos, mas também há tribunais, como o Central de Loures, que tem 10 juízes e  apenas uma sala de audiências” — salienta, propondo um reforço dos funcionários e a reabertura de tribunais que foram encerrados há um ano.

A bastonária, que desde o início contestou a nova reorganização, diz que neste momento todos os operadores judiciários, dos magistrados aos funcionários e advogados, pretendem mudanças no mapa judiciário e que este deve ser alvo de “uma reflexão profunda”.

“É visível para todos que, ao contrário do que defendia o Governo, com esta reforma a Justiça não ficou mais próxima do cidadão, nem mais célere”, adianta. Na Ordem, aliás, tem disparado o número de queixas de cidadãos contra os atrasos e a lentidão da Justiça, garante, sem contudo adiantar números.

joana.f.costa@sol.pt