A queda do PSI20 de 7,95% no conjunto do mês agosto representa o maior recuo mensal deste ano, sendo que até então a bolsa de Lisboa seguia a valorizar-se 19%, apesar de maio e junho terem sido meses negativos.
No entanto, o calor do mês de agosto traria também maus negócios para os investidores, que viram as suas ações perder valor. A turbulência no já de si volátil mercado de capitais chinês – perante o receio de abrandamento da economia do país — provocou um efeito 'tsunami' que se estendeu aos mercados financeiros globais, especialmente à Europa.
O recuo das bolsas chinesas teve o seu pico a 24 de agosto com a derrapagem de 8,49% da bolsa de Xangai, na maior queda num só dia desde 2007, que levou mesmo os analistas a apelidarem o dia de "segunda-feira negra".
Nesse dia, a bolsa de Lisboa repercutiu também o que se passava no sudeste asiático e o PSI20 cedeu 5,80%, com todas as empresas cotadas em queda.
Entre as praças europeias, Lisboa foi mesmo das que mais perdeu, à frente de Paris (5,35%), Frankfurt (4,70%) ou Madrid (5,01%). Só a bolsa de Atenas superou, com uma queda de 10,54%.
Apesar da queda de agosto, o índice PSI20 mantém, no entanto, um crescimento acumulado desde o ínicio do ano, ainda que mais limitado, de 9,63% até 31 de agosto.
Já na China, epicentro desta crise bolsista, o principal índice (Composite de Xangai) caiu mais de 12% em agosto, no terceiro mês consecutivo de recuo.
Para tentar estabilizar o mercado de ações, a China, que esta semana assinala com pompa o 70.º aniversário do fim do seu conflito com o Japão, uma das frentes da II Guerra Mundial mais esquecidas da história, tem tentado várias estratégias.
O Governo chinês comprou ações em grande quantidade para evitar uma maior queda dos preços, o banco central adotou medidas de estímulo (injeções de liquidez e redução das taxas de juro) e a polícia chinesa interrogou mesmo suspeitos de alegadas operações ilegais em bolsa e um jornalista foi detido por uma reportagem publicada a 20 de julho, que as autoridades chinesas dizem ter contribuído para a queda das bolsas.
Lusa/SOL