Sindicatos: Bankinter assegura postos de trabalho do Barclays

O Barclays vai sair de Portugal. Apesar da venda, os Sindicatos bancários receberam garantias de que os 1.200 postos de trabalho estão assegurados.

Após o anúncio da venda do negócio do Barclays em Portugal ao espanhol Bankinter, os sindicatos bancários manifestaram à administração do Barclays a preocupação pela manutenção dos postos de trabalho.

“Os cerca de 1.200 trabalhadores da instituição manterão os seus postos de trabalho”. A garantia foi dada pela administração do Barclays numa reunião com o Sindicato Bancários do Sul e das Ilhas (SBSI) na quinta-feira.

“Foi assegurado ao Sindicato que o Bankinter garante a manutenção do emprego dos trabalhadores. Dos cerca de 1.200 efetivos do banco, entre 150 a 200 mantêm-se no Barclays e os restantes ficarão integrados nos serviços do banco espanhol”, revela o Sindicato em comunicado.

Apesar desta garantia, os detalhes sobre a operação e, sobretudo, os planos do Bankinter para Portugal serão conhecidos apenas na próxima semana, numa conferência de imprensa que contará com a presença de Maria Dolores Dancausa, CEO do Bankinter.

O Bankinter comprou a operação de banca de retalho, banca privada e banca de empresas do Barclays em Portugal por 100 milhões de euros.

De fora do negócio ficou a banca de investimento e os cartões, bem como um pequeno número de clientes corporativos da entidade, que continuarão a ser geridos pelo Barclays. O SBSI diz que a administração do Barclays irá manter nos seus quadros os trabalhadores afetos a essas funções.

A conclusão da operação está sujeita, entre outras coisas, a aprovações regulatórias. O Bankinter prevê iniciar a sua atividade em Portugal no início de 2016.

Em números redondos, o negócio de retalho do Barclays Portugal integra uma carteira de créditos de 4.881 milhões de euros, 2.936 milhões de euros em ativos geridos em contas extrapatrimoniais, uma rede de 84 balcões, uma equipa de 1.000 colaboradores e 185.000 clientes, dos quais 20.300 são empresas.

Para o Bankinter, “esta aquisição em Portugal representa um salto qualitativo para a estratégia de negócio do banco, o qual, embora continuando a privilegiar o crescimento orgânico em Espanha, vai agora estender a sua presença física, o volume de negócios, a base de clientes e o âmbito de atuação a outro país da União Europeia”, referiu o banco espanhol em comunicado quando anunciou o negócio.

Para o Barclays, a venda dos seus negócios representa o seu desinvestimento em ativos ‘non-core’. “Avançamos conforme planeado no caminho para reequilibrar o Barclays, no âmbito da nossa estratégia para entregar retorno sustentável aos nossos acionistas”, afirmou John McFarlane, presidente da administração do grupo.

A conclusão está sujeita, entre outras coisas, a aprovações regulatórias, e espera-se que ocorra no primeiro trimestre de 2016.

sandra.a.simoes@sol.pt