‘Mil e uma noites’ pode representar Portugal nos Óscares

O segundo filme da trilogia Mil e Uma Noites, de Miguel Gomes, foi escolhido para representar Portugal na categoria de Melhor Filme Estrangeiro na edição do próximo ano dos Óscares da Academia Americana de Cinema. O anúncio foi feito hoje pela Academia Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográfica. A ser escolhido pela Academia Americana, será…

“As Mil e Uma Noites, Volume 2: O Desolado” estreia no dia 24 de Setembro nas salas portuguesas. De acordo com informação divulgada, a trama recupera a dinâmica do conto persa homónimo, em que «Xerazade entretém o diabólico Rei com histórias fantásticas povoadas de misticismo, de forma a preservar a sua vida. As histórias contadas são sobre um país socialmente desesperado onde predomina o descontentamento. Esse país é Portugal». (Aqui também podem por um link para a entrevista que o Miguel Gomes deu à pouco tempo à Tabu).Os atores Joana de Verona, Teresa Madruga, Gonçalo Waddington, Crista Alfaiate, João Pedro Bénard, Xico Xapas e Luísa Cruz desempenham os papéis principais.

O presidente da Academia, o produtor Paulo Trancoso explicou ao SOL que a “decisão foi fácil” e que este volume foi escolhido por, de entre os três filmes, “ser o mais criativo e coerente, além de ser o que apresenta uma parte documental mais interessante”.

Segundo Paulo Trancoso, está a sentir-se “no cinema português um vento favorável”, que, se levado a bom porto, poderá ter um final muito feliz. “Portugal nunca teve um filme nomeado pela Academia Americana de Cinema e é impossível perceber os mecanismos e os meandros destas nomeações”. Mas, o presidente da academia portuguesa diz acreditar que este filme tem hipóteses caso “venha a estrear nos EUA”. Recorde-se que, em maio, a exibição da triologia ‘O Inquieto’, ‘O Desolado’ e ‘O Encantado’, em Cannes, recebeu uma ovação de pé e foi descrita pelo jornal francês Libération como um "épico".

O anterior filme de Miguel Gomes, Tabu, já tinha sido amplamente aplaudido dentro e fora de fronteiras: obteve os prémios da FIPRESCI (Federação International da Imprensa Cinematográfica), da inovação (prémio Alfred Bauer) no Festival Internacional de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2012 e o Prémio Sophia na categoria melhor filme em 2013.