O estudo Total Compensation Portugal 2015 analisou 112.677 postos de trabalho em 307 empresas presentes no mercado português. Os quadros mais altos, de direção-geral ou de administração, bem como os mais baixos, como administrativos e operários, sofreram uma diminuição dos níveis salariais, registando descidas entre os –1,60% e os –0,02%.
As restantes famílias funcionais analisadas beneficiaram de ligeiros incrementos salariais (entre 0,25% e 1,52%). Segundo a Mercer, são aumentos abaixo dos valores observados em 2014 (entre 1,18% e 1,56%) e as perspectivas para 2016 são de variações ainda mais baixas: entre 0,79% e 1,24%.
“No que se refere a incrementos salariais por níveis funcionais em Portugal tem-se observado, nas empresas, que os mesmos tendem a tornar-se cada vez mais uniformes. No entanto, verifica-se uma tendência para uma maior penalização dos níveis funcionais com maior responsabilidade em períodos de recessão, bem como uma recuperação mais acentuada em períodos de expansão da atividade económica", explica Tiago Borges, responsável da área de estudos de mercado da Mercer.
Segundo o comunicado da consultora, o ciclo de ajustamento económico dos últimos anos fez com que “um número excecionalmente elevado” de empresas congelasse os incrementos salariais: cerca de 22% das empresas participantes. No entanto, as empresas estão a voltar a praticar incrementos salariais positivos, o que “reflete a preocupação em recuperar competitividade nas estruturas de remuneração, após um período onde a preocupação dominante foi o reequilíbrio financeiro”.