Os investigadores, liderados pela psicóloga da Universidade de New South Wales Eva Kimonis, questionaram adultos e professores e usaram um programa informático para avaliar mais de 200 crianças entre os 3 e os 6 anos.
O estudo, publicado no Journal of Abnormal Child Psychology e citado no jornal britânico, revelou que 10% das crianças testadas apresentavam traços psicopáticos, entre eles a falta de empatia, afetos e remorsos.
“Descobrimos que os alunos da pré-escolar que mostram um défice no desenvolvimento da consciência no que diz respeito ao processamento de emoções – um défice semelhante ao que encontramos nos adolescentes e nos adultos com o mesmo problema”, explica Kimonis.
“Estas crianças têm dificuldade em reconhecer as emoções dos outros e o sofrimento dos que as rodeiam não lhes diz nada, ao contrário da maioria das crianças de três anos”, acrescenta.
Testes em bebés
Psicólogos da King’s College London publicaram um estudo na Biological Psychiatry no qual se mostra o resultado de comportamentos antissociais em bebés com cinco semanas e dois anos e meio.
Os investigadores tentaram perceber se os bebés com cinco semanas preferiam olhar para uma bola encarnada ou para a cara de um ser humano. Em relação aos bebés de dois anos e meio, os psicólogos tentaram perceber se preferiam brincar com a bola ou interagir com uma pessoa.
Os resultados mostram que os bebés que preferiam interagir com a bola do que com seres humanos tinham uma maior probabilidade de exibir traços psicopáticos e comportamentos antissociais ao longo da vida.
O estudo revela ainda que a preferência por um objeto pode também representar problemas de desenvolvimento relacionados com o autismo.
Os psicólogos afirmam que a presença dos pais, o seu apoio e afeto pode reduzir significativamente as probabilidades de a criança desenvolver os problemas acima referidos.