António Costa

Partia com expectativas baixas para o debate com Passos Coelho e não só se superou como remeteu o primeiro-ministro a intervenções defensivas e uma prestação apagada. E conseguiu mais: com o impacto deste debate inverteu a tendência de esvaziamento do PS e de crescimento da campanha da coligação PSD/CDS, que as sondagens e o ambiente político vinham evidenciando. No momento mais importante, saiu como vencedor. E pode ter sido o ponto de viragem na campanha para as legislativas de 4 de Outubro.

Fernando Santos

Depois da vitória na Albânia, a Seleção tem praticamente assegurado o apuramento direto para o Euro-2016 em França. Desde que, há um ano, substituiu Paulo Bento no comando da equipa, Portugal somou cinco vitórias. É certo que todas pela margem mínima de um golo e duas já em tempo de descontos. E quase sempre com um nível exibicional que deixa muito a desejar. Em particular, quando Ronaldo está em fase de eclipse. Mas o que conta são os resultados e o selecionador parece ter a estrelinha da sorte a acompanhá-lo. Esperemos que não a deixe fugir na fase final do Euro, em Junho e Julho do próximo ano.

Sombra:

Pedro Proença

O recém-eleito presidente da Liga começa mal o seu mandato, ao caucionar a realização de jogos de Sporting, FC Porto e Benfica no dia das eleições legislativas. Os clubes e a Liga alegam que era a única data disponível, dados os jogos das competições europeias e da Seleção (a 8 e 11 de Outubro). Mas não é verdade: podiam jogar no sábado antes ou na 2.ª-feira a seguir às eleições (entrando um pouco mais tarde no estágio da Seleção); ou, melhor ainda, na semana seguinte, de 11 a 18, que está livre de competições. Este insólito e desrespeitoso gesto de cidadania é o espelho da sobranceria tecnocrática dos mentores da ‘indústria do futebol’, que acham que o seu reino está acima de tudo e de todos. Lamentável.

Miguel Macedo

Foi esta semana ouvido pelo Ministério Público no âmbito do seu envolvimento com a rede de negócios dos vistos gold, formada por António Figueiredo e outros altos funcionários da administração pública. E é penoso ver um ex-ministro com um percurso político digno de elogios a ver o seu nome misturado nestes processos. Há amigos que se devem mesmo evitar.

Crónica originalmente publicada na edição em papel do SOL de 11/09/2015