"Alguém acredita que se o Partido Socialista estivesse no governo haveria um primeiro-ministro sob investigação?”. A pergunta foi feita por Paulo Rangel, na Universidade de Verão do PSD, e serviu de lançamento do programa Prós e Contra desta segunda-feira.
Mas não foi essa a grande polémica do debate na RTP e sim a troca de palavras entre Miguel Sousa Tavares e o diretor do Correio da Manhã, Octávio Ribeiro.
“Aquilo a que pomposamente o Octávio [Ribeiro] chamou de investigação jornalística [do CM] limita-se a receber as informações das fontes”, atirou Sousa Tavares, num painel que era composto ainda pelo diretor do CM, por Nuno Garoupa (economista, presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos), os advogados Magalhães e Silva e Paulo Farinha Lopes e a bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga.
A resposta de Octávio Ribeiro não foi mais suave: “Se tu nunca fizeste jornalismo de investigação isso é um problema teu. Se quiseres visitar o CM eu mostro-te como se faz”. E desafiou: “Diz-me uma notícia tua que mexeu com alguém neste país que tinha poder”.
O diretor do CM acusou ainda Sousa Tavares de sofrer de uma “cegueira de fé em relação a José Sócrates” e de estar “enredado numa teia de compromissos” no caso BES, devido às “ligações familiares” com Ricardo Salgado (cujo filho é casado com uma filha de Sousa Tavares), ao que o jornalista respondeu dizendo estar a ser alvo de um "ataque à honra". O que “o CM faz não é jornalismo, é vender jornais”, rematou Miguel Sousa Tavares.