Segundo jornalistas da agência France Presse no local, junto ao posto fronteiriço de Rozske (sul), alguns migrantes conseguiram arrancar as grades atravessadas nas vias de acesso à Hungria e passar pelas filas de polícia antimotim.
Os incidentes começaram ao início da tarde, quando um grupo de migrantes "se tornou agressivo" e "lançou pedras, garrafas e paus contra a polícia do lado húngaro", segundo a polícia húngara.
Jornalistas no local testemunharam o lançamento de objetos contra a polícia, que respondeu com canhões de água e gás lacrimogéneo.
Segundo o Governo húngaro, 20 polícias ficaram feridos nos incidentes e segundo vários jornalistas no local alguns migrantes, incluindo pelo menos duas crianças, foram assistidos do lado sérvio devido ao efeito do gás lacrimogéneo.
No local estavam cerca de 500 migrantes, dos quais cerca de 300 participaram nos incidentes, segundo a France Presse.
Gritando "freedom, freedom" ("liberdade, liberdade"), alguns migrantes arrancaram pedras dos passeios para terem pedras para lançar e outros fizeram duas grandes fogueiras com roupas e pedaços de madeira, as quais produziram grossas colunas de fumo negro.
Dois helicópteros húngaros, um do exército e outro da polícia, sobrevoavam o local.
Estes foram os primeiros incidentes do género desde que a Hungria encerrou a fronteira, na segunda-feira.
ONU considera 'inaceitável' tratamento dado refugiados pela polícia húngara
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, considerou hoje "inaceitável" o tratamento que está a ser dado aos migrantes pelas forças de segurança húngaras.
"Estou escandalizado por ver como aqueles refugiados e migrantes são tratados, é inaceitável", disse, em conferência de imprensa, Ban Ki-Moon.
O secretário-geral da ONU disse ter contactado nos últimos dias vários líderes europeus, incluindo o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, para salientar a "necessidade de abordar o problema segundo as convenções internacionais dos refugiados e do direito humanitário".
"Orbán disse-me que ia fazer o seu melhor", disse.
Segundo Ban Ki-Moon, as "pessoas que fogem de guerras e perseguições devem ser tratadas com compaixão" e devem ter "assistência e abrigo".
"Devem ser tratados com dignidade humana, esta é a mensagem que repeti aos líderes na Europa e na Ásia", salientou.
Lusa/SOL