Ricardo Melo Gouveia persegue, a partir de hoje, o seu primeiro título de campeão nacional de profissionais, no Oporto Golf Club, em Espinho, reforçando a forte lista de inscritos.
A presença do português melhor classificado no ranking mundial no Solverde Campeonato Nacional PGA é ainda mais importante, depois da desistência do lesionado Filipe Lima, que iria disputar apenas pela segunda vez na sua carreira o torneio organizado pela PGA de Portugal e sancionado pela Federação Portuguesa de Golfe.
«Vou para vencer, como vou para qualquer torneio do Challenge Tour e este ano para o Portugal Masters. Acho que tenho capacidade para vencer qualquer torneio, neste momento. Vou sem pressão nenhuma, apenas quero divertir-me e continuar a apresentar bons resultados para acabar o ano em grande», disse o algarvio de 24 anos, que esta semana desceu ao 2º lugar da Corrida para Omã do Challenge Tour, depois de ter liderado este ranking europeu durante três meses.
«Vou ao Campeonato Nacional porque, para além de ser um Major em Portugal, não tenho qualquer torneio do Challenge Tour que me impeça. Por outro lado, gosto muito de jogar este tipo de torneios com os melhores jogadores nacionais», acrescentou “Melinho”, que no ano passado, no Onyria Palmares Beach & Golf Resort, em Lagos, foi 4º classificado, ficando a apenas 2 pancadas do resultado de 7 abaixo do Par que levou a play-off Tiago Cruz e Ricardo Santos.
«No ano passado fiquei perto dos primeiros e não estive ao meu melhor nível, o que me dá esperanças de conquistar o título este ano», salientou, com vontade de juntar o título profissional ao de campeão nacional amador averbado em 2009, no Porto Santo.
Ricardo Melo Gouveia preparou-se para o torneio no Guardian Bom Sucesso Golf, em Óbidos, onde na passada terça-feira foi o anfitrião da primeira edição da Ricardo Melo Gouveia Cup, ganha por Artur e Filipe Oliveira na classificação gross (32 pontos) e por Brigitte e Phil Verner na classificação net (48 pontos).
«Joguei com todas as pessoas no buraco 10 e dei-lhes a oportunidade de escolherem a minha bola. A maior parte pedia-me para fazer um hole-in-one», contou o vencedor de três títulos em 2015, incluindo o torneio alemão do Challenge Tour.
Melo Gouveia teve ainda ontem a oportunidade de conhecer e ser de fotografado ao lado de Rafaela Pardete, Inês Brusselmans e Inês Gigante, as recentemente eleitas Miss República Portuguesa, Primeira e Segunda Damas de Honor, respetivamente.
«Cheguei ontem (segunda-feira) do Cazaquistão e aproveitei para treinar. Estou a voltar à boa forma. Estes dois últimos torneios não me correram como esperado. Senti que não estava a bater muito bem na bola, que é o meu forte. Perdi um bocadinho a confiança, mas estou a recuperar. Vou ter duas semanas focado em ir ao ginásio, em treinar, e será bom ter estas duas semanas de paragem para, poder regressar forte ao Challenge Tour e preparar-me para o Portugal Masters», concluiu, referindo-se aos 21º e 67º lugares obtidos no Cordon Golf Open (o seu único cut falhado este ano), em França, e no Open do Cazaquistão.
Ricardo Melo Gouveia está também em boa posição para dar informações mais detalhadas sobre a lesão nas costas de Filipe Lima, que levou o português residente em França a desistir do torneio do Cazaquistão e deste Solverde Campeonato Nacional PGA.
«Falei com ele no Cazaquistão e disse-me que é no outro lado das costas, não tem nada a ver com a lesão a que foi operado em setembro do ano passado. Vai fazer exames e vai parar um mês para ver como evolui a lesão. Infelizmente aconteceu numa fase importante da época e ele já está mais ou menos consciente de que terá de voltar ao Challenge Tour para o ano».
Seria a apenas a segunda participação de Filipe Lima no torneio, depois de se ter sagrado vice-campeão nacional em 2011, no Ribagolfe, onde ganhou Ricardo Santos.
Depois de, em fevereiro, ter dado uma entrevista ao site “Golftattoo”, na qual explicava que competia pouco em Portugal por falta de verbas para financiar as deslocações de França, Filipe Lima foi contactado por Pedro Lima Pinto, o empresário de Gonçalo Pinto.
Através da empresa GreatGolf foi viabilizada a vinda de Filipe Lima a Portugal, como explicou o empresário: «O torneio realiza-se este ano no Oporto Golf Club, inserido nas comemorações dos 125 anos do clube. Desde a primeira hora fiz o possível por viabilizar a realização do Nacional no Oporto num ano tão especial para o meu clube. A GreatGolf viabilizou a participação do Filipe Lima com dois objetivos: aumentar ainda mais a qualidade do torneio e proporcionar ao Filipe maior visibilidade no mercado português. Não podemos esquecer-nos que, esta época, o Filipe Lima tem sido um dos principais representantes nacionais nos circuitos europeus e ainda está na luta para o cartão do European Tour para 2016».
Filipe Lima estava extremamente motivado e na semana passada tinha declarado: «Estou muito contente por me ter sido possibilitada a participação no Campeonato Nacional. Mais ainda por ser no Norte bem perto da minha terra. O nível vai ser altíssimo, com jogadores como o Melo Gouveia, Tiago Cruz, Pedro Figueiredo, Hugo Santos e Gonçalo Pinto que também vão lutar pela vitória. Gostava muito de vencer, pois seria um orgulho ser campeão nacional».
Assim que lesionou, enviou uma mensagem ao empresário: «As minhas costas estão outra vez em sofrimento. Mil desculpas à organização, mas não posso tomar outra opção. Tenho de fazer alguns exames e ter um pouco de descanso».
O outro grande ausente será Ricardo Santos, que compete a partir de amanhã no Open de Itália, do European Tour, de 1,5 milhões de euros em prémios. O segundo melhor português no ranking mundial foi campeão nacional em 2011, vice-campeão no ano passado e compreende-se a sua opção pois ainda luta para se manter no European Tour em 2016.
O Solverde Campeonato Nacional PGA, de 12.500 euros em prémios monetários, apresenta-se, apesar de tudo, com uma forte lista de inscritos, a começar pelos três vencedores do ano passado que regressam para defender os títulos: Tiago Cruz (torneio masculino), Mónia Bernardo (feminino) e Bart Van Der Wind (seniores).
Há ainda que contar com os antigos campeões nacionais António Sobrinho (recorde de 11 títulos), Gonçalo Pinto, Henrique Paulino, Hugo Santos e Pedro Figueiredo.
As regiões autónomas estarão bem representadas pelos madeirenses Mónia Bernardo e Luís Franco, e os açorianos Artur Freitas e Francisco Costa Matos.
Do lado dos jogadores amadores, que tentarão repetir o feito histórico de Gonçalo Pinto, que bateu os profissionais em 2011, quando ainda era amador, há quatro jogadores que estivera na seleção nacional da FPG da última Taça Manuel Agrellos: Vítor Lopes, Tomás Bessa, João Ramos, Renato Ferreira.
Outro dos grandes motivos de interesse do torneio será a estreia como profissional de Susana Ribeiro, podendo tornar-se na primeira jogadora a vencer no mesmo ano os campeonatos nacionais de amadores e de profissionais, um feito só conseguido uma única vez no setor masculino, por Gonçalo Pinto em 2011.
O Oporto Golf Club, reconhecido internacionalmente como o terceiro clube de golfe mais antigo da Europa Continental, celebra 125 anos em 2015.
O Solverde Campeonato Nacional PGA, que termina no Sábado, dia 19, é um dos eventos mais relevantes das celebrações da efeméride, sendo a primeira vez que se realiza nesta autêntica instituição do golfe português. Aliás, a última vez que um torneio do circuito profissional português passou por aquele campo foi em 1969.
Por esse motivo, o Mateus Rosé PGA Pro-Am, marcado para o dia 20 de setembro, é uma oportunidade rara e exclusiva para alguns amadores jogarem ao lado e conviverem com os melhores profissionais portugueses, num ambiente de festa no Oporto Golf Club.
Artigo escrito por Hugo Ribeiro ao abrigo da parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe com o Jornal SOL.