Quando terminar Fortitude (produzida pela britânica Sky Atlantic), estreia a Família Kupps – série de origem alemã, produzida pela ZDF em 2013, conta a história da família que começou por vender armamento e posteriormente enveredou pelo fabrico de eletrodomésticos. A terceira na sequência de séries será Trapalium, produzida pelo canal franco-alemão ARTE. O argumento é centrado num mundo distópico onde só 20% das pessoas têm emprego. Lá mais para o inverno virá a segunda temporada da espanhola El Príncipe que tantos fãs arranjou em Portugal.
Teresa Paixão, diretora de programas da RTP2, defende que o canal, para se impor, tem que se definir como «um rio de pérolas». A tónica é posta em propor sempre «programação de grande qualidade, numa pesquisa constante pelo melhor que se está a fazer».
Ópera, bailado e magazines
As noites de sexta são dedicadas às artes eruditas. E uma nova aposta é a programação, uma vez por mês, de ópera e bailado, em alternância com a transmissão de concertos. O primeiro bailado a ser exibido é uma peça contemporânea baseada na obra de Marcel Proust Em Busca do Tempo Perdido. Algumas encenações da Ópera de Paris já estão contratadas, bem como um concerto dedicado ao compositor de inema John Williams (Star Wars, por exemplo ). «Vamos ter grandes espetáculos de palco, coisa que há muito tempo não havia», comenta Teresa Paixão.
Os magazines nacionais, transmitidos por volta das 23h, são o Visita Guiada, de Paula Moura Pinheiro, à segunda; Literatura Aqui, à terça; Contentor 13, com entrevistas a artistas plásticos, à quarta. Em outubro começará, à quinta, Super Diva, um magazine em que Catarina Molder explica ópera de A a Z.
Fugir ao que os outros dão
Os documentários são outras das grandes referências do canal. «Há trabalhos magníficos a serem feitos no mundo inteiro e nós temos que passar isso», entende a diretora de programas da RTP2. De segunda a sexta, ao final da noite, há espaço para documentários que abordam variadas temáticas.
Aos sábados à noite, serão exibidos grandes documentários – como o de amanhã, sobre a Estátua da Liberdade. A seguir, são os ciclos de cinema mensais, cujo fio condutor pode ser um ator, um realizador ou uma temática. E haverá sempre um comentador em estúdio. Para o ciclo de Roberto Rosselini foi convidado o crítico cinematográfico Lauro António.
O horário nobre de domingo é entendido como uma espécie de causa perdida. «Aí a concorrência é imbatível e não vale a pena pôr ali dinheiro, que sabemos que vai ser demolido». A estratégia tem sido fazer reposições, quer de documentários, quer de séries. Neste momento, está em repetição a dinamarquesa Borgen.
A ideia central, diz Teresa Paixão, é que «o canal tem que fugir sempre ao que estão a dar os outros». Uma estratégia que tem colocado a RTP2 nos 2% de audiências. «Gostávamos muito de conseguir subir para 2,5%, mas sabemos que isso é muito difícil», acrescenta a responsável pela programação da RTP2. As audiências estarão subavaliadas, pois sabe-se que o canal é muito visto em diferido e em gravações, não constando assim das contagens do direto.