Volkswagen envolvida em escândalo nos EUA

A Volkswagen está envolvida num escândalo relacionado com emissões poluentes dos seus veículos. Os modelos a gasóleo não poderão sair dos concessionários e a multa que a empresa alemã arrisca pode chegar a 16 mil milhões de euros.

Uma investigação da Agência de Proteção do Ambiente americana (EPA na sigla original) confirmou que o grupo alemão usou um sistema eletrónico para baixar as emissões poluentes dos seus carros a gasóleo – em particular os modelos Volkswagen e Audi equipados com o motor 2.0 TDI.

O sistema reduzia as emissões dos carros quando estavam a fazer os testes oficiais da EPA, voltando os mesmos a emitir os poluentes normalmente depois de feito o teste. Segundo a agência, os carros emitiam 10 a 40 vezes mais óxido nitroso numa condução normal, por exemplo, bastante acima dos limites permitidos. Ao todo, 482 mil automóveis terão sido equipados com esse sistema a partir de 2009.

A Volkswagen, que no início do mês se tinha justificado com “questões técnicas em situações específicas”, já reconheceu o erro. Martin Winterkorn, CEO do grupo alemão, lementou em comunicado que a empresa “tenha quebrado a confiança dos clientes e do público”, anunciando que vão fazer “tudo o que seja necessário para reverter os danos causados”.

A consequência imediata é a proibição da venda de todos os modelos a gasóleo da Volkswagen e da Audi com o motor 2.0 TDI. E os modelos do próximo ano ainda têm de aguardar a certificação oficial da EPA, que está suspensa. Apesar de os carros a gasóleo representarem ‘apenas’ um quinto das vendas do grupo nos Estados Unidos, este escândalo é desastroso em termos de imagem de marca, uma vez que a Volkswagen sempre se promoveu através dos seus motores ‘limpos’ a gasóleo.

Segundo as agências internacionais, paralelamente às vendas o grupo alemão – segundo maior construtor de automóveis do mundo – enfrenta uma multa que pode chegar a 37.500 dólares por veículo. No caso dos 482 mil carros em causa, isso daria um total superior a 18 mil milhões de dólares, quase 16 mil milhões de euros.

emanuel.costa@sol.pt