Bruno Teixeira, presidente desse organismo, declarou à Lusa que o projeto surgiu em 2013 quando diferentes empresários de Arouca – incluindo o próprio, que é administrador da empresa de prefabricados em betão Farcimar – decidiram criar um expositor para feiras que servisse de montra de todos os produtos fabricados no município.
"Pensámos logo que não nos devíamos ficar pelos stands e fizemos um estudo de mercado para saber se valia a pena desenvolver um novo sistema construtivo em que pudéssemos aplicar os produtos das nossas empresas", explicou.
"Foi assim que percebemos que estava a faltar no mercado uma casa de baixo custo que fosse fácil de transportar e que se pudesse montar rapidamente", acrescentou.
Na conceção da moradia que agora é dada a conhecer estiveram envolvidas empresas de Arouca e Vale de Cambra que atuam em áreas como a construção civil, automação industrial, carpintaria e serralharia.
O edifício demorou cerca de três meses a criar em fábrica e depois foi montado em apenas três dias, graças a uma série de módulos – os gomos – cuja dimensão máxima individual não ultrapassa os 5.90 metros por 2.35.
"Os nossos principais objetivos eram facilidade de transporte, rapidez de montagem e custos controlados, sem surpresas no final da obra", afirma Bruno Teixeira.
"Conseguimos criar uma ecocasa que, seja T1 ou T4, demora três a quatro meses a ser criada na fábrica e depois leva no máximo duas semanas a ser montada no terreno", acrescenta.
O preço-base é de 50.000 euros + IVA por uma residência T1 "com padrão de qualidade médio a alto", mas tanto o orçamento final como os prazos dependem das especificações do cliente, "consoante o que ele escolher a nível de painéis solares, revestimentos, pinturas, pavimentos, caixilharias ou mobiliário fixo como o das cozinhas, que já vêm montadas".
Para Samuel Gonçalves, que é o autor da arquitetura do Sistema Gomos e com ele foi um dos 10 finalistas do Prémio Nacional das Indústrias Criativas 2015, as novas ecocasas têm ainda a "vantagem competitiva de cumprir toda a legislação em termos de acessibilidades e de exibir uma estética exterior que não aparenta ser de construção efémera".
"Claro que estas casas se podem levantar a qualquer momento", admite. "A questão é que não têm aquele aspeto provisório que às vezes se nota em algumas construções de madeira", defende.
As primeiras três ecocasas construídas com o Sistema Gomos foram adquiridas pela Câmara Municipal de Arouca, que sexta-feira abre ao público as portas da primeira dessas moradias, já instalada na Quinta do Serrado.
A visita a esse edifício-modelo integra o programa da 71.ª Feira das Colheitas, que, de hoje até domingo, deverá reunir no centro da vila mais de 100 expositores representativos das práticas agrícolas e culturais do município.
Lusa/SOL