António Cruz revelou ainda que a sua corporação recebe uma média de quatro pedidos diários para confirmação de ninhos.
"Até hoje, dos 1.098 sinalizados, já destruímos 955. Os 145 ninhos restantes, uns foram queimados por populares, outros encontravam-se a mais de 30 metros de altura, inacessíveis aos meios de que dispomos para os destruir, ou então desapareceram porque uma colónia desta espécie só resiste um ano", explicou.
O responsável adiantou que, "só no final do ano será possível perceber se a praga aumentou no concelho, em relação ao ano passado", sublinhando que, "em média, por dia, a corporação recebe cerca de quatro pedidos de confirmação de novos ninhos" daquela espécie.
"A maioria dos alertas é feita através de chamada telefónica para os bombeiros. Apenas um a dois pedidos chegam através da plataforma 'SOS Vespa'. Estes pedidos são reportados, sobretudo, pela GNR, Juntas de Freguesia e apicultores", explicou.
António Cruz adiantou que, nesta altura do ano, "as colónias estão em fase de crescimento, e por esse motivo, as pessoas conseguem detetá-los com mais facilidade".
De acordo com a base de dados da corporação, com registos desde novembro de 2012, aquela corporação percorreu 29.505 quilómetros para proceder à destruição ninhos de vespa velutina, como também é conhecida, maior e mais agressiva do que a espécie autóctone nacional.
No total, a corporação despendeu mais de 2.276 horas naquelas operações, que envolveram 586 homens, e representaram 547 saídas de viaturas.
Anteriormente, o mesmo responsável explicara à Lusa que a destruição, através de atos de queima, realizada em parceria com o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental de Viana do Castelo (CMIA), é feita de acordo com o "caráter de urgência" de cada caso.
Primeiro, adiantou, a corporação "dá prioridade" aos ninhos que estão situados no solo, depois os que são detetados no edificado (casas, escolas, hospitais, etc.), depois nos quintais de habitações e finalmente na área florestal.
A destruição ocorre sempre quando cai a noite, período em que as vespas fundadoras estão no interior das colmeias.
Dados da Associação Apícola Entre Minho e Lima (APIMIL) indicam que cada ninho pode albergar até 2.000 vespas e 150 fundadoras de novas colónias, que no ano seguinte poderão vir a criar pelo menos 6 novos ninhos.
Segundo os apicultores, esta espécie, "mais agressiva", faz com que as abelhas não saiam para procurar alimento por estarem sob ataque, enfraquecendo as colmeias, que acabam por morrer colocando em causa a produção de mel.
Esta espécie predadora foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004.
Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir no final do seguinte.
Lusa/SOL