Segunda Divisão do Campeonato da Europa de sub-18

Portugal campeão atinge todos os objectivos

A seleção nacional masculina de sub-18 concretizou este Sábado o pleno na Segunda Divisão do Campeonato da Europa de sub-18 por equipas, o torneio sancionado pela Associação Europeia de Golfe, que a Federação Checa de Golfe organizou durante quatro dias no Golf Mladá Boleslav, a 90 quilómetros de Praga.

Dia após dia, os objetivos traçados foram sendo atingidos com sucesso. Primeiro, a conclusão da primeira fase da prova, disputada em stroke-play, nos quatro primeiros lugares, de modo a integrar o Grupo-A.

Depois, a estrondosa vitória sobre a Irlanda nas meias-finais, por 4,5-2,5, que garantiu de imediato a subida à Primeira Divisão em 2016.

A cereja no topo do bolo veio ontem, com a vitória sobre a Eslovénia, por 3,5-1,5, numa final de formato encurtado devido ao nevoeiro.

Tal como a seleção nacional principal, na Polónia, há poucos meses, também agora, na República Checa, os portugueses não entraram em descompressão por terem assegurado o objetivo principal de subida ao escalão primodivisionário. Souberam manter a concentração, denotar muita garra e só regressaram a casa com o título.

«É um orgulho pessoal estar mais uma semana à frente destes miúdos e atingir uma segunda final este ano. Ter conseguido ganhá-las (ambas as finais) é algo de espantoso, principalmente com miúdos que ainda são muito novos», declarou, visivelmente emocionado, Nuno Campino.

O selecionador nacional explicou que «devido ao nevoeiro, o formato da final foi reduzido para um par (foursomes) e quatro singulares», em vez de dois pares e cinco singulares, como constava do regulamento.

Esta alteração implicou a impossibilidade de um mesmo jogador atuar duas vezes na final e Nuno Campino teve de tomar opções: «Tentei colocar um par relativamente forte e (sobretudo) quatro singulares (fortes) em que qualquer um conseguisse ganhar».

Uma vez mais, como na Polónia ou como nas meias-finais de anteontem diante da Irlanda, as escolhas foram bem efetuadas porque Afonso Girão e António Teixeira, teoricamente um par menos forte do que, por exemplo, Pedro Lencart e João Girão, asseguraram logo o primeiro e importantíssimo ponto para Portugal.

«O Afonso e o António não começaram bem, algo nervosos, e passaram o buraco 9 a perder por 2. Mas depois jogaram melhor os segundos nove buracos e ganharam no 16. Acompanhei-os durante algum tempo, porque percebi que poderia ser um ponto muito importante», disse Nuno Campino.

Afonso Girão e António Teixeira bateram Luka Naglic e Nik Pogorelcnik por 3-2 e deram um impulso fundamental.

A seleção nacional não esmoreceu com a derrota do campeão nacional de sub-16, Vasco Alves, diante de Luka Zan Stirn por 3-1.

«O Vasco Alves apanhou pela frente o melhor jogador deles, mas o putt não funcionou hoje e perdeu no 17», analisou o profissional português, referindo-se ao esloveno que este ano, em fevereiro, maravilhou no Campeonato Internacional Amador de Portugal, onde foi 6º classificado, a mesma posição em que terminou o Campeonato Internacional do seu próprio país, em maio.

Com as duas equipas empatadas na final, «tínhamos de ganhar o ponto do João Girão e foi isso que aconteceu com facilidade, pois jogou sólido e ganhou por 3/2» diante de Žiga Strasek.

Portugal passava para a frente por 2-1 e «nessa altura apenas precisávamos de 1 ponto. O Carlos Laranja vinha a ganhar por 2 buracos com 3 para jogar. Jogou lindamente em termos estratégicos, o esloveno cometeu um erro no buraco 17 e o Carlos, com muita inteligência, ganhou o match» por 2-1 face a Jure Vasle.

Era o momento de celebrar. Com o resultado em 3-1, Portugal era o campeão da Segunda Divisão do Europeu de sub-18, mas ainda havia jogadores em campo.

«O Pedro vinha no último grupo, empatado para o 17. Tudo indica que iríamos ganhar esta final», rejubilou Nuno Campino. Pedro Lencart empatou com Jan Vidic, para o resultado final de 3,5-1,5.

Depois foi a festa na cerimónia de entrega de prémios, com todos os países alinhados e devidamente fardados, com Gonçalo Castanho, na qualidade de capitão, a receber a taça e todos os elementos da seleção nacional a quererem tocar no troféu e as fotografias da praxe.

Ainda antes de regressar a Portugal, Nuno Campino recordou alguns momentos de glória e frisou agradecimentos finais: «Na minha memória, sem querer esquecer-me de ninguém, fica o putt do Pedro no macth contra a Irlanda, um putt de 10 metros no 18 para ganharmos os dois foursomes; a ingenuidade misturada com uma categoria extraordinária com que o Carlos Laranja ganhou por 3/2 frente a um dos melhores jogadores irlandeses e como hoje ganhou novamente por 2/1 para dar a vitória a Portugal. Também quero realçar o papel do Gonçalo Castanho, que nos acompanhou como capitão e psicólogo. Um papel importante nesta vitória, visto que todos os dias é necessário fazer um trabalho mental para recuperar os jogadores para a competição, principalmente depois dos primeiros dois dias terem sido tão maus. E também quero agradecer o apoio da FPG, em nome de toda a equipa técnica, pois sentimo-nos apoiados no nosso trabalho».

 

Artigo escrito por Hugo Ribeiro ao abrigo da parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe com o Jornal SOL.