Praxes: portagem demasiado cara para a Universidade

Há anos que clamo contra as praxes. Felizmente, dos meus 8 filhos, penso ter conseguido que todos entrassem nas Universidades recusando as praxes e as tretas académicas de agora (armadas em tradição, mas que nunca tinha visto nos meus tempos de universitário).

É que todos os anos, com Governos de uma cor ou de outra, tem havido demasiada complacência com esta espécie de estudantes, que apreciam mais a humilhação alheia do que os estudos, e custam um dinheirão aos contribuintes. Devem achá-los politicamente corretos, se não já tinham acabado com eles.

Estou convencido que no meu meio social, ou mais alto, será difícil termos desgraças nas praxes, porque existe um hábito de relacionamento com os meios universitários que nos põem a milhas destas ‘tradições’ agora descobertas, e de quem usa a Universidade para se dedicar mais a elas do que ao estudo (agora tão fora de moda, com a mania da profissionalização universitária, e o não maçar os estudantes).

Mas imagino que famílias a subirem a pulso, que nunca viram uma Universidade, se fascinem com os chamados trajes académicos (que felizmente, em Lisboa, não existiam no meu tempo) e outras coisas assim aparentemente pitorescas. Suponho que é entre essas famílias que o perigo maior surge.

Depois, quem sabe, um esses maduritos ainda chega a reitor universitário. Por isso foi possível ver o reitor da Universidade do Algarve contar que a sua instituição encarou a horripilante praxe (em que uma miúda, não habituada a álcool, é posta em coma alcoólico numa praia, enterrada na areia, e só se safou talvez por alguém mais consciente ter chamado a polícia – não se perdia nada se também tivesse desancado, por profilaxia, os praxistas), enfim, a encarou ‘com serenidade.’.

Continuemos a esperar por uma campanha eleitoral em que um partido tenha a coragem de assumir coisas importantes para os cidadãos, como o fim das praxes académicas violentas.