Décadas de confrontos entre a Volkswagen e outras marcas e a lei

O escândalo agora revelado é o maior de sempre, mas não é a primeira vez que a Volkswagen e outras marcas enfrentam a lei nos Estados Unidos.

Já em 1974, num caso bastante semelhante, a marca alemã pagou uma multa de 120 mil dólares (cerca de 600 mil dólares a valores atuais), por não especificar junto da EPA que alguns dos seus modelos, num total de 25 mil unidades, tinham um sistema que reduzia as emissões a baixas temperaturas.

Também em 2005, a Volkswagen aceitou pagar uma multa de 1,1 milhões de dólares por não informar a EPA e não corrigir uma falha no sistema de controlo de emissões, que afetava 329 mil carros dos anos 1999 a 2001.

Quanto a outros fabricantes, a General Motors pagou em 1995 uma multa de 45 milhões de dólares por falsear as emissões de 470 mil Cadillac com um motor V8 a gasolina.

{relacionados}

Três anos depois, em 1998, a Honda foi forçada a pagar 267 milhões de dólares, e a Ford 7,8 milhões, por usarem sistemas como o que agora foi detetado nos Volkswagen e Audi. Os carros em causa eram 1,6 milhões da japonesa Honda e 60 mil da Ford.

Nesse mesmo ano, mas no segmento dos camiões, um conjunto de sete fabricantes de motores e veículos pesados aceitou pagar mais de mil milhões de dólares em multas e indemnizações, num processo liderado pela famosa procuradora-geral Janet Reno. Os camiões visados conseguiam fazer um teste de 20 minutos da EPA e mesmo assim ‘enganar’ nas emissões reais.

Finalmente, no ano passado o grupo sul-coreano Hyundai-Kia, no seguimento processos concluídos em 2012 no seu país, aceitou pagar nos Estados Unidos 350 milhões de dólares em multas, mecanismos preventivos e créditos de emissões poluentes, por enganar nos consumos de combustível de alguns dos seus modelos, num total de 1,2 milhões de unidades. 

emanuel.costa@sol.pt