A Espírito Santo International (ESI) – holding que controlava os negócios da área não-financeira da família e que estava no topo do grupo – tem depósitos bancários de apenas 767 mil euros.
Este montante está muito aquém dos 2,5 mil milhões de euros já reclamados por credores.
No primeiro relatório sobre as insolvências das empresas com sede no Luxemburgo, os curadores luxemburgueses adiantam que receberam 900 declarações de credores da ESI até 31 de agosto.
O prazo para a reclamação de créditos foi prorrogado até dia 31 de março de 2016.
Os curadores luxemburgueses recordam que já foram vendidas obras de arte e mobiliário em leilões internacionais. No entanto, “muitos valores mobiliários (ações, etc.) depositados em bancos suíços e portugueses foram sujeitos a arresto ou apreensão pelas autoridades criminais. Além disso, há entidades terceiras que reivindicam penhor sobre certos ativos”, alertam as autoridades luxemburguesas.
Rioforte com dívidas de 2,8 mil milhões de euros
A Rioforte tem depósitos bancários no montante de 111 milhões de euros, enquanto as 1.200 reclamações de créditos já apresentadas apontam para dívidas no montante de 2,8 mil milhões de euros.
Os curadores relembram que em maio deste ano tomaram conhecimento do arresto promovido pelas autoridades portuguesas. “Os curadores interpuseram recursos e permanecem em contacto com as autoridades portuguesas para desbloquear a situação”, lê-se no relatório.
A Herdade da Comporta é um dos ativos arrestados, mas que chegou a ser colocado à venda pelas autoridades do Luxemburgo. A recuperação do processo de alienação está dependente da resolução do impasse entre autoridades, referem os curadores. O arresto em Portugal serve de garantia patrimonial nos inquéritos crime em curso.
O prazo para a reclamação de créditos da Rioforte também foi prolongado até dia 31 de março de 2016.
Credores reclamam 70 milhões à Espírito Santo Control
Sem qualquer atividade própria, a Espírito Santo Control detinha a ESI e, por isso, “esta empresa não tem ativos líquidos”. Ainda assim, até 31 de agosto, os curadores receberam oito reclamações de créditos no montante aproximado de 70 milhões de euros.
Os valores apresentados para cada empresa estão ainda muito longe de conhecer a sua versão final. Os credores dispõem agora de mais tempo para apresentar reclamações de créditos e há ainda muito ativos das empresas insolventes por vender. Em algumas situações, os processos de alienação estão dependentes do fim dos arrestos ou bloqueios existentes.