Sol & Sombra

SOL Nuno Crato A abertura do ano escolar a cair em cheio em cima da campanha eleitoral era um fator de preocupação e um espetro que pairava sobre a coligação PSD/CDS  – mais a mais, depois do desastroso início das aulas há um ano. Mas um milhão e 200 mil jovens começaram agora sem sobressaltos…

SOL

Nuno Crato

A abertura do ano escolar a cair em cheio em cima da campanha eleitoral era um fator de preocupação e um espetro que pairava sobre a coligação PSD/CDS  – mais a mais, depois do desastroso início das aulas há um ano. Mas um milhão e 200 mil jovens começaram agora sem sobressaltos nem conflitos o ano escolar, em todo o país. E o ministro até foi capaz de disponibilizar mais 4 milhões de euros anuais para o ensino artístico, tentando compensar a falta de verbas em algumas escolas. Ministerialmente (e politicamente), não podia ter corrido melhor.

SOMBRA

Maria Luís Albuquerque

É verdade que o salto de 4,5% para 7,2% do défice de 2014, por efeito do atraso na venda do Novo Banco, é meramente contabilístico e pontual – como, aliás, Bruxelas veio reafirmar. Mas a notícia apareceu na pior altura para a coligação, servindo de arma de arremesso eleitoral. E mais preocupante para a ministra das Finanças é o défice de 4,7% apurado pelo INE no 1.º semestre de 2015: parece já quase impossível chegar aos 2,7% no final do ano prometidos pelo Governo. Mas isso, como sabemos, só se irá confirmar já bem depois das eleições de 4 de outubro.

António Costa

As sondagens diárias de campanha apontam para a derrota do PS. E, talvez por isso, o líder socialista enveredou nestes dias por um discurso nervoso e radical. Quer na impensada ameaça de chumbar um Orçamento que ainda desconhece, quer na demagogia barata e pouco séria com que dramatizou o défice de 2014 por efeito do empréstimo ao Novo Banco (usando um discurso extremista e imoderado igual aos do PCP e do BE). O choque das sondagens parece estar a potenciar a irresponsabilidade e o desespero nas intervenções do PS.

Heloísa Apolónia

Foi quase confrangedora a pobreza dos seus argumentos políticos no debate televisivo com Paulo Portas. Ficou sem resposta para os milhares de milhões que exigiria a proposta de renacionalizações da CDU, para os estágios a que recorrem as câmaras comunistas ou para a catástrofe de empobrecimento que significaria a saída do euro. Se as mortiças intervenções de Jerónimo de Sousa nos debates já tinham penalizado a CDU, a representante do PEV ainda veio estragar mais o retrato.

Crónica originalmente publicada na edição em papel do SOL de 25/09/2015