As 14 primeiras classificadas do 5º Açores Ladies Open irão pontuar para o ranking olímpico da Federação Internacional de Golfe e candidatar-se a um lugar entre as 60 que irão competir no Rio de Janeiro em 2016, neste simbólico regresso do golfe aos Jogos Olímpicos, após uma ausência de mais de 100 anos.
«Todos os torneios do Ladies European Tour Access Series (LETAS) atribuem pontos para o ranking olímpico feminino às 14 primeiras classificadas. Claro que não dão tantos pontos como os do Ladies European Tour (LET) ou os do LPGA Tour, mas é a melhor forma das jovens profissionais ou das amadoras conseguirem pontos para o ranking olímpico e tentarem a sua qualificação para os Jogos Olímpicos», disse esta quarta-feira Diana Barnard, a diretora-executiva do LETAS, a segunda divisão europeia do golfe feminino.
A dirigente britânica, que é também a diretora de torneio do Açores Ladies Open desde a sua primeira edição, estava a explicar esta questão ao Gabinete de Imprensa da Stream Plan e a Joana de Sá Pereira, a portuguesa nascida na Suíça, que vive em França e que está a competir pela primeira vez em Portugal desde que passou a profissional em março.
«Gostaria de saber como se processa essa qualificação para os Jogos Olímpicos. Seria uma honra poder representar Portugal», disse a portuguesa de 25 anos, que, embora só tenha vivido durante três em Portugal, nunca teve outra nacionalidade que não a de seus pais, ambos do distrito de Bragança.
«Não é totalmente impossível uma jogadora qualificar-se para os Jogos Olímpicos através do LETAS – acrescentou Diana Barnard – e temos duas jogadoras deste circuito que estão no top-500 do ranking mundial e que se situam provisoriamente no top-60 do ranking olímpico. Claro que têm de vir de países com poucas jogadoras».
Uma delas é Fabienne-in-Albon, exatamente a suíça que venceu o Açores Ladies Open na última vez que o mais importante torneio feminino português de golfe visitou o Clube de Golfe da Ilha Terceira (CGIT), em 2013. A helvética é a atual 294ª classificada no ranking mundial feminino e no ranking olímpico surge na 51ª posição.
Percurso inverso ao do Open Pro-Am da Ilha Terceira
Dois anos depois o torneio de 30 mil euros em prémios monetários regressa ao CGIT, na lógica de rotatividade que a instituição que gere o golfe na Região Autónoma dos Açores deseja manter entre este campo e o Batalha Golf Course de São Miguel.
Há, contudo, uma grande diferença entre o percurso que as melhores jogadoras do LETAS conheceram há dois anos e o deste ano. A Stream Plan, empresa promotora do evento, optou por inverter a orientação do campo, com o front nine a passar a ser o back nine. Ou seja, os primeiros nove buracos passam a ser os últimos nove, ao contrário do que acontece todos os anos no Open Pro-Am da Ilha Terceira do PGA Portugal Tour.
«Foi uma decisão da organização – explicou Diana Barnard – mas parece-me interessante porque vai fazer com que o final de cada volta seja mais emocionante, pois irá terminar com um buraco mais difícil, de Par-4, em vez de um buraco de Par-3. Desse modo, a decisão do título poderá manter-se mais imprevisível até ao fim».
Susana Ribeiro gosta da alteração
Susana Ribeiro, a campeã nacional absoluta, jogou aqui em 2013 e hoje efetuou a sua primeira volta de treino, sob forte chuva e vento. «É um bocadinho indiferente. Perdeu um bocadinho a magia do tee do buraco 1, mas também percebo que acabar aqui em frente à clubhouse também é diferente do que lá atrás. Este 9 (o novo 18) é um buraco mais comprido, mais desafiante, acho que a organização tomou uma boa decisão», disse a jogadora de 25 anos que vai estrear-se em competições internacionais desde que passou a profissional há duas semanas.
Mónia Bernardo estreia-se na Terceira
Mónia Bernardo, em contrapartida, jogou duas edições do Açores Ladies Open em São Miguel e nunca na sua carreira disputou o Open Pro-Am da Ilha Terceira, pelo que, descobriu hoje o campo na volta de treino. «Pelo que me disseram hoje jogámos num dia atípico e o senhor que veio como nosso caddie disse-nos que era o vento mais forte que poderíamos encontrar. Foi uma volta difícil, porque apanhámos imensa chuva. Ora isso faz com que no campo fique diferente. Dizem-me que o tempo estará melhor nos próximos dias e o campo muda completamente de lay-out. É um campo demasiadamente exigente. Não é comprido, mas é extremamente estreito e como a Susana diz, quando falhamos o fairway vira noite! As árvores são tão densas que passa do dia para a noite. Parece o bosque do crepúsculo. Mas é um campo fantástico, com greens muito bons, com uns bunkers peculiares de areia preta, na qual o taco passa bem pela bola.
Pro-Am na quinta-feira
Depois de dois dias seguidos de voltas de treino, o programa oficial do Açores Ladies Open começa amanhã (quinta-feira) com o Pro-Am, com as primeiras saídas a serem dadas às 9h30, dos buracos 1 e 10. O evento reservado às 60 profissionais começa na sexta-feira e termina domingo, contando com 9 membros do top-10 da Ordem de Mérito do Letas e 17 do top-20.
Artigo escrito por Hugo Ribeiro ao abrigo da parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe com o Jornal SOL.