Segundo um inquérito a 1.500 moradores de diversos bairros feito pela Organização Não Governamental "Rio Como Vamos", a insatisfação e o pessimismo dos habitantes do Rio de Janeiro tem aumentado.
No total, 56 por cento disseram que gostariam de morar noutra cidade, apontando a violência como a principal razão. Num inquérito anterior, em 2013, somente 48% dos inquiridos responderam que queriam sair do Rio, então já mais do que o dobro de uma sondagem de 2011 (27%).
O orgulho de ser carioca, como são conhecidos os habitantes do Rio de Janeiro, atingiu o nível mais baixo em relação aos inquéritos anteriores: em 2015, as notas positivas atingiram os 43 por cento, contra 63% em 2013.
Em relação à questão da segurança, 71% das pessoas acreditam que a situação piorou.
No caso das classes sociais mais altas, os inquiridos apontam os roubos nas ruas, enquanto os mais pobres tem uma bala perdida.
Nem mesmo as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), um programa de implantação de polícias comunitárias nas favelas iniciado em 2008, ficaram a salvo de críticas negativas. Para 41% dos cariocas, o sistema é mau e apenas 21% se mostraram satisfeitos com o seu funcionamento.
Os moradores de bairros em que esse tipo de policiamento existe passaram a perceber mais mudanças negativas do que positivas, como o aumento de roubos e ameaça dos delinquentes, que agora agem de maneira menos evidente do que antes.
Na avaliação em 2013, os aspetos positivos detetados, como a valorização do valor dos imóveis ou o fim dos tiroteios, eram preponderantes.
No que respeita à ordem pública, 71 por cento dos inquiridos deram notas negativas à situação da cidade.
Nas praias, os assaltos e furtos são os principais problemas relatados, tendo sido elencado por 69 por cento dos inquiridos (em 2013, apenas 16% apontou esse problema). A falta de limpeza da areia e a baixa qualidade da água do mar foram outros dos problemas apontados.
Quanto aos Jogos Olímpicos de 2016, a sondagem indica que que a população está menos otimista com os benefícios para a cidade. Em 2011, eram 63% os que acreditavam nas vantagens da prova, mas em 2015 esse valor baixou para 27.
Saúde, mobilidade urbana, trânsito, educação pública, iluminação das ruas e conservação das calçadas, acessibilidade para idosos e deficientes, limpeza urbana e meio ambiente foram outros temas abordados pela pesquisa.
Lusa/SOL