Sporting diz que Benfica também contratou Samaris com ajuda de empresário angolano

O Sporting desvaloriza a participação do empresário angolano António Mosquito, presidente do Clube Recreativo de Caála, no negócio que levou o brasileiro Bruno Paulista para Alvalade, por empréstimo dos angolanos. 

Segundo fonte oficial dos leões, Mosquito “é parceiro de vários clubes no que respeita à compra de jogadores através do Recreativo de Caála” e, a título de exemplo, “participou na compra do jogador Samaris pelo Sport Lisboa e Benfica”.

Sem descortinar qualquer ilegalidade nestes procedimentos, o clube de Alvalade remete para o último relatório e contas enviado à CMVM para demonstrar que não guarda segredo da ligação a Angola. “Existiram ainda conversações e negociações com clubes Angolanos para a celebração de parcerias, designadamente com o 1º de Agosto e com o Recreativo de Cáala”, pode ler-se na página 9, no capítulo “internacionalização”.

Neste esclarecimento por escrito, os leões defendem ainda que o recurso a este tipo de solução não contradiz a posição do clube de exigir a proibição dos fundos de investimento na aquisição de jogadores: “O Sporting reafirma a sua contestação à utilização de fundos mas sempre foi apologista do uso de parcerias financeiras claras, transparentes, legais e publicitadas oficialmente”.

Sobre as contratações não concretizadas do argentino Cervi e do grego Mitroglou, que acabaram por assinar pelo Benfica, o clube leonino “estranha que em qualquer destes casos os jogadores tenham sido transferidos por verbas abaixo das ofertas do Sporting”, sugerindo que a publicação de documentos internos pelo site Football Leaks seja “uma cortina de fumo para desviar a atenção do problema”. “Esperemos que o Ministério Público investigue”, sublinha fonte oficial do Sporting.

Na perspetiva do clube de Alvalade, porém, Cervi e Mitroglou são casos distintos. Se em relação ao primeiro o Sporting não entende como a sua oferta de 6 milhões de euros foi preterida em relação a uma de 4,8 milhões, no que toca ao segundo alega que deixou de ser um alvo a partir do momento em que garantiu a contratação de Teo Gutiérrez e a renovação de contrato de Islam Slimani.

O Sporting também confirma que já entregou o caso à Polícia Judiciária e considera “grave” que Pedro Guerra e António Simões, “dois comentadores afetos ao Benfica”, tenham feito “público alarde do seu conhecimento e até posse de documentos que dizem respeito ao Sporting e a negociações tendo em vista transferência de jogadores”. O clube salienta que “num e noutro caso os tais documentos vieram a ser tornados públicos através do ‘Football Leaks’”.

rui.antunes@sol.pt