A defesa esperou até ontem para dar a conhecer ao juiz de instrução criminal a vontade de Sócrates, uma vez que esperava resposta a um requerimento em que – baseada no acórdão da Relação – pedia a alteração da medida de coação aplicada a José Sócrates.
Nesse requerimento pedia-se a Carlos Alexandre que retirasse efeitos do acórdão da Relação quanto à medida de coação a que o arguido está sujeito. Porém, não terá havido qualquer resposta e a defesa viu-se obrigada a informar o juiz da vontade do ex-governante.
Foi por esse motivo que no comunicado de 22 de setembro, os advogados não davam sequer a garantia de que esta informação seria pedida: “Não pedirá autorização alguma, limitando-se, se ainda for caso disso, a transmitir as informações pertinentes.”
Em declarações ao SOL, Pedro Delille confirmou esta informação ao SOL. “Pensámos que não precisávamos de fazer a informação. Se os crimes não justificam o segredo como é que justificam ter alguém preso?”
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Sobre a decisão do Ministério Público de ainda não ter disponibilizado os autos, o advogado de José Sócrates explica: “Esperávamos que houvesse a decência de não invocar expedientes formais para não respeitar o acórdão, para insistirem nas ilegalidades que o acórdão denuncia.
Delille disse ainda ao SOL que espera que os jornais e as televisões tenham bom senso na cobertura da deslocação do ex-primeiro-ministro às urnas, lembrando o período de reflexão.