Magistrados irresponsáveis

Os magistrados são irresponsáveis: no sentido mais comum da palavra (tomam muitas vezes decisões irresponsavelmente, indiferentes à realidade, ou não tendo sensibilidade para a encarar), e no sentido técnico e sofisticado (não podem ser responsabilizados pelas resoluções profissionais, alegadamente para poderem atuar sem receios de represálias ou castigos). E não só este segundo significado pode…

Vem isto a propósito de ter lido nos jornais que os 2 magistrados responsáveis pelo caso Sócrates, Rosário Teixeira e Carlos Alexandre, agora criticados pela Relação por esconderem sob a desculpa do Segredo de Justiça ao acusado toda a acusação do processo (preferindo, aparentemente, deixarem sair apenas notícias controladas sobre o assunto, para a Imprensa), já tinham feito o mesmo em 2011, num julgamento relacionado com o BPN. Mas não se pense que eram uns Robin dos Bosques, a quererem atropelar as leis para condenarem os malandros que andaram a enganar o País dentro do BPN. Não, era num processo, agora em julgamento, contra suspeitos de terem aproveitado o provérbio nacional do «ladrão que rouba ladrão…», e assim terem procurado enganar o burlão mor nacional, ou seja o dito BPN,

Conclusão: o ideal era limitar a irresponsabilidade dos magistrados, podendo condená-los, por algum órgão eleito, pelo menos quando demonstram insistência (neste caso, até estão a usar formalidades dilatórias, naturalmente sempre legais, para evitarem dar à acusação o conhecimento do processo como a Relação exigiu) e má fé. Há legalidades que deveriam ser alteradas para bem de nós todos – que afinal precisamos cá de nos defender dos juízes, como no Brasil as pessoas sentem que necessitam de se defenderem dos polícias.