Costa enganou-se… e leu o discurso de vitória

Como qualquer líder de um grande partido em noite eleitoral, António Costa levava no bolso dois discursos, um para o caso de vitória do PS e outro para a hipótese de derrota. Quando a certa altura da sua intervenção no Altis começou a impor quatro condições à maioria PSD/CDS (desde o fim da austeridade ao…

Pois pode algum líder que acabou de sofrer uma pesadíssima derrota eleitoral aparecer a pedir aos claros vencedores das legislativas que levem à prática o programa (derrotado) do PS e não o programa da coligação com que acabaram de ser eleitos? Alguém levará tal pesporrência a sério? E pode um líder que correu com o seu antecessor por achar "poucochinho" ganhar umas eleições com 31,5% (resultado de António José Seguro nas europeias) manter-se agora na liderança com uma derrota de 32,5%? Qual a coerêcia de tal atitude? E onde fica a ética política?

António Costa, valha-nos isso, travou os delírios golpistas de alguns sectores do PS que queriam chegar ao Governo com batota, mesmo perdendo as eleições, a reboque do Bloco e do PCP. Costa (só depois de fazer algumas contas aos deputados com que ficariam no final o PS e o PSD, saliente-se) pôs de lado tais delírios. Mas pôs-se a fazer exigências ridículas à coligação PSD/CDS. E agarra-se desesperadamente à liderança. Acabará por sair ainda em piores condições. Já nas próximas semanas ou logo a seguir às presidenciais. Em qualquer dos casos, será penoso de ver. 

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