Fonte oficial da Somague confirmou à Lusa que o despedimento coletivo de 273 trabalhadores se deve à reestruturação do grupo, que opera num mercado que tem sofrido "uma queda enorme e continuada".
Para fazer face à queda no mercado nacional, o grupo apostou na expansão internacional, para países de língua oficial portuguesa, sobretudo Angola, Moçambique e Brasil, que entretanto também viram as suas economias afetadas.
De acordo com a mesma fonte, "o setor da construção sofreu também uma paragem significativa nestes mercados, o que obrigou a ajustar a estrutura à nova realidade".
Os trabalhadores abrangidos pelo despedimento coletivo, transversal a toda a estrutura da empresa, tomaram esta manhã conhecimento da decisão.
No final de dezembro de 2014, o grupo Somague empregava 2.330 trabalhadores, número que se mantinha estável face ao ano anterior, refere o relatório e contas.
Nessa altura, o presidente, Rui Vieira de Sá, afirmava: "O investimento público em infraestruturas continua em mínimos históricos, se bem que se comecem a desenhar planos para o futuro que permitem algum otimismo a médio prazo".
"A falta de atividade de construção em Portugal deu razão à Somague na sua primeira aposta estratégica, a internacionalização, sendo hoje uma realidade que 80% da atividade da empresa está fora de Portugal", adiantava na mensagem publicado no relatório anual de contas.
Angola foi o principal mercado da Somague em 2014, que tem vindo a sofrer com a crise do petróleo, enquanto o Brasil tem vindo a ganhar cada vez mais peso na carteira da construtora.
Segundo o relatório e contas, em 2014, a carteira da construtora foi a maior "de sempre", alcançando os 1.110 milhões de euros.
Lusa/SOL