Os canais Fox já tinham anunciado a sua linha de programação, assente na renovação de Empire – a série que fez um sucesso surpreendente em todo o mundo –, o recomeço de Segurança Nacional (dia 8) e a temporada final de Downton Abbey (a começar a 6 de novembro). E avançou ainda com o regresso de Ficheiros Secretos, agendado para 24 de janeiro de 2016. A Netflix é vista por Gonçalo Moura, diretor de conteúdos da Fox em Portugal, como “mais um player que tem que se ter em conta”. Até porque, diz, “os espetadores portugueses já estão habituados a ver a programação pré-gravada”.
Também a TV Series arrancou a 1 de setembro a parceria com a HBO (a grande rival da Netflix). Terá cerca de 60% dos seus conteúdos fornecidos pela produtora norte-americana, considerada uma das maiores fábricas de séries de qualidade do mundo.
AXN muda tudo
E se na próxima segunda-feira passar pelo canal AXN e estranhar qualquer coisa, não se admire: é que, a partir desse dia, o canal que é visto em 62 países e distribuído pelos cinco continentes tem um novo logótipo. O grafismo, cuja base é uma pirâmide encarnada, foi produzido por uma equipa de marketing portuguesa e espanhola, nos últimos dois anos.
A renovação exterior acompanha uma renovação interior que, de acordo com o diretor-geral do canal, Juan Maria Romeu, está ligada “não só à entrada de outros players no mercado” como aos novos hábitos de consumo dos espetadores: “As pessoas preferem o diferido ao linear, especialmente no visionamento de séries”.
Querendo acompanhar esta evolução, o AXN está a falar com as operadoras por forma a “trabalhar em conjunto e melhorar a experiência do utilizador”. No entanto, a aposta principal continuará a ser “o conteúdo atraente e a qualidade”.
As primeiras duas estreias acontecem nos próximos dois meses. Quantico, estreia a 19 de outubro e relata o percurso de jovens recrutas do FBI dentro da base homónima. Segue-se The Player (que conta com Wesley Snipes como protagonista), com data de arranque marcada para 17 de novembro e que promete uma viagem às vicissitudes de um casino. Em dezembro, chega a série de produção alemã O Código 100, que tem Estocolmo como cenário e no AXNScifi começa iZombie – uma jovem estudante de medicina que se transforma em morta-viva e terá de lidar com isso ao longo do seu percurso escolar.
A profusão de estreias é outra das diferenças em relação a anos anteriores, dado que o AXNnão ultrapassava a barreira das duas estreias anuais: desta vez, serão mais de seis. E o “mercado de compras” ainda não encerrou, garante-se. Além das premières, o AXN vai jogar outro trunfo que começa a ser, aliás, transversal a todos os canais: “Ter programação mais perto da respetiva estreia nos EUA”.
De resto, o canal continua com as séries mainstream a que já habituou o grande público (tirando alguns spin offs), com algumas alterações dos dias de emissão.
Sobre a produção de séries originais, instigada por plataformas como a Netflix, o AXN, que já tinha ensaiado os primeiros passos com Hannibal e Crossing Lines, assegura que não ficará por aqui: “A produção vai intensificar-se nos próximos anos”, diz Juan Maria Romeu.
*com Telma Miguel