Vem isto a propósito dos escritores-jornalistas, agora agasalhados com um Nobel. Nunca fui entusiasta da literatura de jornalistas, talvez por não conhecer um livro de um jornalista que me encha as medidas (vá lá: gostei muito do primeiro livro do Pedro Rosa Mendes – A Baia dos Tigres – talvez por ser também uma espécie de ensaio jornalístico, ou apresentado como tal). Terei de experimentar agora com esta. Não me arrepia nada o facto de a ficção andar assim mais íntima do jornalismo. O meu problema é mesmo só não conhecer um talento à minha medida (ou ao meu gosto pessoal), em gente que (nalguns casos, não em todos) é muito desenvolta na escrita. O que me tem travado um bom bocado. Talvez seja altura de experimentar alguma coisa que tenho guardada. E imagino o que vai agora aparecer por aí, com este exemplo tão impressivo. É que estão mesmo a dar–nos ideias…
Jornalista bielorussa dá exemplo com Nobel da Literatura
O Prémio Nobel da Literatura, anunciado há dias, foi este ano atribuído à jornalista bielorussa Svetlana Aleksievich, que tem editado em Portugal o livro “O Fim do Homem Soviético”, que alguns consideram um autêntico ensaio jornalístico. Mas a Academia disse pretender exactamente premiar os ensaios jornalísticos, como a nova literatura.