A Alta Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança recordou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas defendeu que os responsáveis "diretos ou indiretos" pela queda do voo MH17 em julho de 2014 quando sobrevoava o leste da Ucrânia têm de responder pelos seus atos e ser presentes à justiça.
"Nesse sentido, foi iniciada uma investigação criminal por uma equipa de investigação conjunta", acrescentou Federica Mogherini, que também é vice-presidente da Comissão Europeia (CE).
"Os Estados que estão em posição de ajudar na investigação e na acusação dos responsáveis devem colaborar totalmente com a investigação criminal em curso", referiu a chefe da diplomacia europeia, sem mencionar um país específico.
Num relatório hoje divulgado, a investigação do Departamento de Segurança da Holanda concluiu que o avião Boeing 777 da Malaysia Airlines, que fazia o voo MH17 entre Amesterdão e Kuala Lumpur, foi abatido, quando sobrevoava o leste da Ucrânia a 17 de julho de 2014, por um míssil terra-ar BUK, de fabrico russo, que atingiu o aparelho do lado esquerdo do 'cockpit'.
Os investigadores não conseguiram determinar o local exato do lançamento do míssil, tendo identificado apenas uma área de 320 quilómetros quadrados no leste da Ucrânia, controlada pelos separatistas pró-russos.
A investigação à queda do voo da Malaysia Airlines, na qual morreram todas as 298 pessoas que seguiam a bordo (193 eram holandeses), concluiu por outro lado que, após a explosão, "a parte da frente do avião foi arrancada e o avião partiu-se no ar".
Federica Mogherini reiterou ainda o "apoio total" da UE à equipa de investigação e a todos os esforços em curso para estabelecer um "mecanismo efetivo processual", com o objetivo de "assegurar que os autores pela queda do voo MH17 sejam identificados e levados à justiça".
A Alta Representante assinalou também que o relatório hoje divulgado pelas autoridades holandesas é um "passo importante" para esclarecer os factos, concluindo que as famílias e os amigos das vítimas "têm o direito de conhecer os factos por detrás da tragédia".
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, também reagiu à publicação do relatório, corroborando a posição da chefe da diplomacia europeia: "Aqueles que direta ou indiretamente são responsáveis pela queda do MH17 devem prestar contas e ser levados à justiça o mais breve possível".
O representante máximo da Aliança Atlântica saudou ainda o trabalho do Departamento de Segurança da Holanda e elogiou o organismo por ter realizado uma investigação "independente, neutral e aberta".
Lusa/SOL