Estatísticas sobre a saúde dos nova-iorquinos, publicadas hoje, detalharam a situação na divisão administrativa de Brooklyn, uma das cinco da cidade, com Manhattan, Bronx, Queens e Staten Island.
No bairro pobre de Brownsville, em Brooklyn, cuja população é 76% negra, a esperança de vida é de 74,1 anos, uma das mais baixas da cidade.
Em comparação, a esperança de vida no bairro financeiro de Manhattan é de 85,4 anos, a mais elevada da cidade, segundo estas estatísticas.
Esta foi a primeira vez que estas estatísticas foram atualizadas desde 2006 e detalham indicadores como taxa de obesidade, doenças respiratórias, diabetes, hábitos alimentares, consumo de álcool, cigarros e droga e nascimentos prematuros, mas também poluição, rendimentos, condições de habitação e violência.
"Os problemas de saúde têm tendência para se concentrar nos setores onde habitam pessoas de cor e onde muitos habitantes vivem na pobreza", sublinhou a comissária nova-iorquina para a Saúde, Mary Bassett. "É injusto e evitável", considerou.
Em Brownsville, que tem 86.377 habitantes, 28% dos adultos não acabaram o ensino secundário e apenas 18% estiveram na universidade, o que compara com 4% e 84%, respetivamente, no bairro de Wall Street.
Daqueles habitantes, 37% vivem abaixo do limite da pobreza e mais de metade (56%) do rendimento é gasto em habitação.
A taxa de condenações a prisão é a segunda mais elevada de Nova Iorque e a de agressões a mais elevada da cidade, com 180 para cada cem mil habitantes.
A obesidade dos adultos atinge 32%, a diabetes 15% e 40% dos adultos consomem pelo menos uma bebida açucarada por dia.
A taxa de hospitalização em psiquiatria (1.727 casos por cem mil habitantes) é duas vezes mais elevada que a Brooklyn (734) ou de Nova Iorque (684) e quase sete vezes a do bairro financeiro de Manhattan (259).
O perfil sanitário e social das outras divisões administrativas nova-iorquinas deve ser publicado nas próximas semanas.
Lusa/SOL