Francisco Martins da Silva, do Clube de Golfe Médico, e a Delegação Norte da Associação Nacional de Seniores de Golfe venceram, respetivamente, o 2º Troféu Açores by SATA e o 4º Troféu Ibérico de Clubes/Taça André Jordan, um evento em grande fase de crescimento que a Stream Plan e o Club de Golf Ibérico organizaram na ilha de São Miguel.
O palco foi o Batalha Golf Course, tendo sido usados 18 dos 27 buracos, referentes aos percursos A e B, os mesmos que em três semanas irão acolher o Açores PGA Open. O campo que irá receber os melhores profissionais portugueses foi um grande desafio para os 40 finalistas de 20 clubes do Troféu Açores by SATA, a elite de um circuito que em 2015 se estendeu a todo o país e a um clube espanhol, atraindo quase 1.400 jogadores.
Em 2015 a competição superou todas as expectativas de crescimento, não só nos torneios de qualificação mas também na Final, ao duplicar o número de participantes e de clubes envolvidos, para além de, pela primeira vez, haver um clube espanhol na Final.
É neste contexto que o triunfo de Francisco Martins da Silva merece ser valorizado, numa competição que, como salientou o promotor José Carmona Santos, «é disputada em stroke play, com as bandeiras a serem colocadas em locais mais difíceis no segundo dia».
O jogador do Clube de Golfe Médico (que também é sócio do Paço do Lumiar), de handicap 19,7 EGA, assumiu logo o comando da prova aos 18 buracos, com uma volta de 61 pancadas (o torneio foi disputado em medal net), dispondo de uma vantagem de 9 sobre o 2º classificado, António Mendes, do Montado.
«No primeiro dia receava que houvesse muito equilíbrio, mas quando vi que ia para a segunda volta com uma boa vantagem, procurei fazer mais pares, não arriscar tanto e segurar o resultado», disse o jovem de 14 anos.
Numa segunda volta «com colocação de bandeiras muito mais difíceis», ficou «bastante satisfeito» com o resultado de 71 que lhe deu um agregado de 132, superando António Mendes (70+76) por 14 ‘shots’!
«Gostei muito do convívio com os outros golfistas, do campo que tem vistas muito bonitas e de visitar a ilha de São Miguel», declarou Francisco, obviamente «muito contente pelo segundo título». Os dois torneios que ganhou estão ligados ao Troféu Açores by SATA e não admira que assegure que para o ano quer «voltar a jogar as qualificações para estar de novo na Final».
Francisco Martins da Silva é um jovem estudante do 9º ano de escolaridade que, «com dificuldade», consegue «conciliar os estudos com o treino de golfe, duas vezes por semana, no Paço do Lumiar, com os treinadores profissionais Vítor Silva e Emanuel Heitor». O pai, José Carlos, médico, viveu com orgulho a vitória do filho porque «ele treina muito e foi uma compensação, uma motivação».
Quando Francisco participou no torneio de Praia d’El Rey da Ordem de Mérito do Clube de Golfe Médico «não esperava o prémio de apuramento para os Açores». «Jogo golfe desde os 8 ou 9 anos e foi a minha primeira vitória em torneios – disse –, somei 41 pontos stableford net e não estava nada à espera».
Em casa, não foi difícil decidir se iria ou não aproveitar o aliciante prémio de jogar o 2º Troféu Açores by SATA: «Conversei com a família e já que estava apurado, não queríamos deixar de ir».
O regulamento prevê que o campeão da fase de qualificação possa convidar o segundo jogador com o qual deseja jogar o Troféu Ibérico de Clubes, uma referência ao antigo regulamento da Taça do Mundo de profissionais, tão do agrado de António Carmona Santos, o fundador deste torneio.
Uma vez mais, a decisão de eleger um segundo jogador foi fácil: «O meu pai, porque é o sócio do Clube de Golfe Médico mais próximo de mim, porque foi ele quem me introduziu no golfe, porque é ele quem perde tanto tempo a levar-me aos treinos e aos torneios».
A Final do Troféu Açores só pode ser jogada pelos vencedores das fases de qualificação disputadas ao longo do ano, pelo que Francisco Martins da Silva foi o melhor entre os 20 finalistas, mas, na realidade, estiveram 40 jogadores em campo, uma vez que o Troféu Ibérico de Clubes – a prova paralela que atribui a Taça André Jordan – é jogado por equipas de dois jogadores por clube.
Depois de dois anos seguidos de domínio do Clube de Golfe de Viseu, foi a vez de sagrar-se campeão ibérico de clubes a Delegação Norte da Associação Nacional de Seniores de Golfe (ANSG), representada por Alfeu Casimiro Rodrigues e António Marques Pires.
Esta dupla somou 310 pancadas (medal net), com voltas de 143 e 167, levando a melhor sobre o Clube de Golfe de Belas, que agregou 317 (150+167).
Foi uma grande recuperação de David Gaspar e José Leandro, que aos 18 buracos estavam apenas no 4º lugar, mas que na segunda ronda ultrapassaram o CampoReal e o Lisbon Sports Club, respetivamente 2º e 3º no final do dia inaugural.
Na classificação final, o 3º posto foi ocupado pela Delegação do Centro da ANSG, de Aníbal Graça e José Joaquim Santos, com 318 (163+155).
A ANSG colocou, deste modo, duas equipas entre as três primeiras, deixando particularmente alegre o presidente do clube, António Rebelo: «Que grande notícia! Congratulamo-nos todos com a vitória da nossa equipa da Delegação Norte. É um resultado muito bom».
Foi em 2005, para comemorar a vinda da World Cup/Taça do Mundo de profissionais a Portugal, que se realizou a primeira edição do Troféu Ibérico, vencendo o Alto Golf. Em 2013 o Troféu Ibérico foi completamente dominado pelo Clube de Golfe de Viseu, que revalidou o título em 2014. A ANSG-Delegação Norte é o novo detentor da Taça André Jordan.
António Rebelo compreende a valia do evento: «Apoiamos a iniciativa do Club de Golf Ibérico como pode ver-se pela aposta de levarmos quatro equipas aos Açores. É uma competição bem organizada que está a ter cada vez mais sucesso».
A mesma noção tem a diretora da Azores Golf Islands e do Batalha Golf Course, Pilar de Melo Antunes, que tem vivido a competição desde a primeira hora: «Foram dois dias de sol que vieram de encomenda. O ambiente de competição foi ótimo, tivemos o dobro dos jogadores do ano passado e todos estavam radiantes, mesmo tendo competido em stroke play, que é mais difícil».
A aposta das entidades públicas e privadas nesta competição dupla (Troféu Açores by SATA e Troféu Ibérico de Clubes) tem vindo a ser devidamente compensada, na opinião de Pilar de Melo Antunes: «É uma prova interessantíssima, sobretudo a nível promocional, sem ter custos elevados, dadas fases qualificativas serem torneios das ordens de mérito dos clubes ou dos campos, proporcionando um bom retorno ao longo do ano. A Final é uma festa».
Um aspeto que não passou despercebido à diretora da Azores Golf Islands foi «a presença, pela primeira vez, de um clube espanhol (Norba Golf, de Cáceres)».
José Manuel Villanueva Ollero, o assessor comercial do Norba Club de Golf, em Cáceres não tem dúvidas de que é uma parceria para se manter: «Já falei com os jogadores que foram aos Açores jogar a Final e foi uma experiência muito gratificante. Já no passado tínhamos participado em provas do Circuito Ibérico e tínhamos ficado encantados. É claro que para o ano o Norba Club de Golf está de novo interessado em participar nesta iniciativa. Como eu costumo dizer, é também uma questão de irmanar-nos, entre campos e entre países. O desporto serve também para isso porque as pessoas adoram desporto».
José Manuel Villanueva Ollero explicou ainda que o Troféu Açores acabou por ser bastante divulgado ao longo do ano e anão apenas numa semana: «Este ano o que fizemos foi consagrar um campeão de scrach do clube. Portanto, optámos por não ter apenas um torneio qualificativo para a Final dos Açores. Foi um campeonato e o prémio foi o patrocínio do passe para a Final nos Açores. Esse campeonato consistiu em várias provas em diversos clubes, com uma acumulação de pontos. Há, portanto, uma continuidade. Fizemos em campos em Portugal e campos em Espanha e é verdade que tivemos muita participação e posso até dizer que tivemos mais jogadores portugueses a competir nas provas em Espanha do que espanhóis nos torneios em Portugal. Nas etapas que fizemos em Espanha, os espanhóis ficaram encantados».
Para 2016, a organização já está a pensar em continuar a internacionalização do evento, alargando-o a mercados importantíssimos para a Região Autónoma, designadamente na América do Norte, onde há vastas comunidades portuguesas oriundas dos Açores.
«Já estamos a trabalhar para no próximo ano termos clubes do Canadá e dos Estados Unidos. E se digo estamos é porque há uma sintonia com o promotor Stream Plan. Este ano tivemos uma novidade, do José Carmona Santos ter assumido a passagem do testemunho na organização do evento. Tem sido um prazer trabalhar com ele e só posso dizer que não desapontou – saiu ao pai», frisou Pilar de Melo Antunes, numa simpática referência ao fundador do torneio, António Carmona Santos, que se mantém como consultor.
O novo promotor saiu de São Miguel com a noção do dever cumprido. «Com a Final, a 2ª edição do Troféu Açores by SATA cumpre uma boa parte dos objetivos a que se propõe: Consolidar o número de provas em Portugal e Espanha, comunicar mais com os clubes e sócios participantes, lançar as bases de um troféu internacional, comunicar os Açores enquanto destino de eleição e divulgar os destinos servidos pela SATA.
«Fomos a 22 provas preliminares promovendo o troféu e os produtos regionais, onde tivemos cerca de 1400 participantes. Na Final estiveram jogadores de 95% dos clubes participantes. A evolução do Troféu foi um sucesso e contamos ter uma edição 2016 mais internacional, mais participada e mais disputada. Gostava, por fim, de felicitar a ATA e a SATA pelo apoio e entusiasmo que veem demonstrando pelo evento, felicitando os vencedores individual e de Clubes com a atribuição da Taça André Jordan».
A Stream Plan e o Governo Regional dos Açores estão em perfeita sintonia na necessidade de promover a Região Autónoma como um destino turístico de golfe, nacional e internacionalmente, como se depreende da apreciação global de Vítor Fraga, o secretário Regional de Turismo e Transportes: «É sempre, com renovada satisfação, que olhamos para a realização, na Região, de eventos como este que, associados à nossa identidade ambiental, acrescentam valor ao destino Açores, pela oportunidade que nos dão para divulgarmos internacionalmente o Arquipélago e promovermos aquilo que de melhor temos para oferecer. Desta forma, torna-se possível conquistar maior notoriedade que, por sua vez, permite potenciar a captação de fluxos turísticos. Por isso, o Governo dos Açores tem estado e continuará a estar disponível para apoiar os seus promotores, e neste caso específico, o Clube de Golfe Ibérico e a Stream Plan, a quem gostaria de agradecer o trabalho desenvolvido ao longo destes anos, em prol do golfe açoriano e o seu empenho em levar mais longe o nome dos Açores».
O evento tem o alto patrocínio da Associação de Turismo dos Açores (ATA) e da SATA. O promotor é a Stream Plan, empresa que encerra nos seus quadros e em parcerias diretas uma vasta equipa com grande experiencia na organização de eventos desportivos (Volta a Portugal em Bicicleta, Volvo Ocean Race, Rali Dakar, Campeonatos do Mundo de Vela, Troféu de Portugal TP52, Lisbon Grand Prix Offshore, WCT Figueira Pro, etc.).
Em golfe, alguns dos seus elementos foram responsáveis ou colaboraram, para além das edições do Açores Ladies Open, na realização de mais de 30 eventos de golfe do European Tour, incluindo o Open de Portugal, Estoril Open de golfe, Madeira Islands Open e Brasil Open, e ainda inúmeros eventos do European Challenge Tour, Ladies European Tour e European Seniors Tour.
A organização do evento está ainda a cabo da Azores Golf Islands / Ilhas de Valor. O 2º Troféu Açores by SATA 2015 contou ainda com os apoios da Vinhos de Portugal, Panazorica, Fonte Viva e do Vip Executive Azores Hotel.”