O vinho venceu

O casal Alison e Luiz Gomes tinha o futuro atravessado no universo financeiro, mas as contas foram outras: a sua paixão pelo vinho ganhou aos números.

Alison e Joaquim Luiz Gomes conheceram-se na Manchester Business School, apaixonaram-se, casaram e tudo dava a entender que o futuro do casal estaria virado para as finanças. Luiz é, inclusive, gestor de várias empresas. Só que assim como a paixão entre os dois foi forte, outro intenso chamamento apareceu no seu universo. Os dois perderam-se de amores pelos vinhos e decidiram meter mãos à obra.

Luiz investiu, em 1998, numa propriedade que pertencia à sua família, a Herdade do Rego, situada entre Borba e Elvas, no Alentejo, e logo Alison apadrinhou a ideia de ambos começarem a plantar vinha para produzirem vinho. Mas para isso era preciso aprender o ‘ofício’ e Alison não perdeu tempo. Graduou-se em enologia pela Universidade Católica do Porto e tirou um curso de Marketing de Vinhos na Universidade de Davis, na Califórnia.

Num total de 260 hectares, dos quais 140 são destinados a olival e 30 a sobreiros e pinheiros (também têm cavalos lusitanos), 27 estão plantados com vinhas. Com solos de argila, têm um sistema de rega deficitária que faz das uvas um fruto pequeno e concentrado, o que torna os aromas mais intensos, os taninos mais maduros e suaves.

São estas uvas que fazem o vinho Azamor, até aqui só representado em tintos, mas que acaba de apresentar a novidade do seu primeiro branco, o Azamor Selected White 2014, produzido com as castas Antão Vaz e Arinto e que apresenta um perfil muito gastronómico. Muito fresco e mineral, fermentou em barricas de carvalho francês.

Com uma refeição tipicamente alentejana servida na Herdade do Rego, havia também que provar os tintos. Por isso, vieram para a mesa o Azamor Petit Verdot 2011, que se apresentou elegante, aroma a frutos vermelhos e notas de madeira pela sua passagem por barricas de carvalho francês. Grande final de boca e uma grande companhia para um forte gaspacho alentejano. Finalmente, veio para a mesa o Icon d’Azamor 2004, um vinho só produzido em anos excecionais, denotando complexidade, taninos macios e um final de boca muito prolongado.

Acabadas as provas, bem podemos dar graças à súbita paixão do casal pelos vinhos, quase ignorando o ramo das finanças que estava destinado como o seu futuro. O vinho venceu!

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