"Voaram chapas enormes de telhado, que vieram parar cá abaixo. Uma das passagens que liga dois blocos voou, assim como o telhado da papelaria. Se tivesse acontecido numa sexta-feira ou num qualquer outro dia de semana seria uma tragédia", alertou Sandra Ferreira, da associação de pais, em declarações à Lusa.
A escola, que tem alunos desde o 5.º ao 12.º ano, foi alvo de uma intervenção no ano passado para retirar as placas de fibrocimento mas, logo em janeiro, algumas telhas caíram.
Já no início deste mês, a situação voltou a repetir-se: "Algumas chapas enormes do telhado de um dos edifícios" voaram levando ao encerramento temporário do estabelecimento de ensino, contou Sandra Ferreira.
Pais e encarregados de educação defenderam que a escola só deveria voltar a abrir quando fossem dadas garantias de que a obra não representava qualquer perigo para os alunos.
No entanto, a direção escolar decidiu reabri-la há três dias e hoje o telhado voltou a voar, obrigando à presença da polícia, bombeiros e proteção civil.
"Temos o registo da queda de um terço da cobertura da escola", confirmou à Lusa o comandante da Autoridade Nacional de Proteção Civil, José Leite.
Em declarações à Lusa, a diretora da escola, Ana Paula Costa, explicou que "voou uma parte da cobertura de uma zona que não tinha sido intervencionada na passada semana. Algumas placas caíram e outras ficaram soltas na cobertura".
"Nós tínhamos a garantia da Direção Regional dos Estabelecimentos de Ensino (DGeSTE) de que iriam arrancar na segunda-feira as obras na zona que não tinha sido ainda intervencionada e não era expectável que isto acontecesse. A escola reabriu mas a zona onde hoje aconteceu a queda estava vedada e sem acesso dos alunos", afirmou.
Segundo a diretora, as obras deverão começar na segunda-feira e a escola só reabrirá quando estiverem asseguradas todas as condições de segurança, desconhecendo-se por isso quando poderão regressar às aulas os 700 alunos desta escola.
A associação de pais lançou hoje uma petição online contra a reabertura da escola, que está disponível em aqui
"No primeiro dia de mau tempo, os telhados voltam a cair. Estão a brincar com uma situação, que é muito grave. Em primeiro lugar tem de estar a segurança dos miúdos" disse à Lusa António Costa, pai de uma aluna do 7.º ano.
Para António Costa é preciso saber quem foi o técnico que atestou que a obra realizada no ano passado estava em condições e a escola poderia abrir.
Para o presidente da associação de estudantes da escola, Paulo Palma, o que aconteceu hoje vem demonstrar que a escola precisa de uma intervenção de fundo: "Na quinta-feira a escola reabriu depois de uma intervenção no telhado que tinha voado. Hoje de manhã voou a outra parte do telhado que não foi intervencionada. O que aconteceu prova que a escola necessita de um intervenção de fundo, não basta reforçar o telhado com mais alguns parafusos", disse à Lusa.
A Lusa questionou ao início da tarde o gabinete do Ministério da Educação e Ciência sobre a situação, mas ainda não obteve qualquer resposta até ao momento.
Governo garante obras
O Ministério da Educação assegurou hoje que vão ser feitas obras nos telhados da escola do Barreiro que se soltaram hoje de manhã.
Questionado pela Lusa sobre a situação dos telhados, que colocam em risco a segurança dos cerca de 700 alunos que frequentam aquele estabelecimento de ensino, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) disse que "está a acompanhar a situação. Já esteve uma empresa no local a fixar as placas que estavam danificadas e voltará a ser feita nova intervenção".
Lusa/SOL