Com o seu estilo característico a que sempre têm habituado o público, esta banda já provou que a sua música não tem idade e que são capazes de chegar a todas as gerações. A multidão de estudantes que se juntou para ver o concerto foi fiel a todos os temas tocados, acompanhando fervorosamente a voz de Tim e preenchendo o recinto com várias vozes unidas numa só.
A celebrar 37 anos de carreira, Xutos e Pontapés deixam algumas mensagens políticas: umas em tom de ironia, outras com um tom mais sério. A emigração foi um dos assuntos abordados. Entre vários acordes, Tim pergunta aos estudantes se estão prontos para o “Erasmus” no fim do curso. “Andamos aqui a estudar para isto…”, refere. A solidariedade com os presos políticos em Angola, em especial o caso de Luaty Beirão, músico e ativista angolano que entrou em greve de fome por contestação ao regime do seu país, mereceu também a atenção de Zé Pedro. “O mundo está às desavenças e temos de dar uma grande salva de palmas aos ativistas angolanos que estão presos, sobretudo a Luaty Beirão. Às vezes precisamos de fazer as coisas ‘à nossa maneira’”, refletiu o baixista, introduzindo o tema “À minha maneira”.
O público nunca baixou as rédeas e, mesmo quando Xutos e Pontapés ameaçaram ir embora, a o calor humano que se sentia ganhou força e a banda regressou para uma última música. Entre camisolas a voar, palmas de euforia e gritos de felicidade, a banda agradece a Coimbra pelo carinho com que foram recebidos e despede-se com “A minha casinha”.
A terminar a noite no palco principal esteve o grupo Moullinex, seguido de três tunas da Universidade de Coimbra: TMUC, Imperial TAFFUC e TFMUC.
Artigo escrito ao abrigo de uma parceria entre o SOL e a Universidade de Coimbra