O que há de novo na RTP Memória

A partir de hoje, a RTP Memória já não vai ser a mesma. “Queremos ter o ADN de um canal temático”, explica Gonçalo Madaíl, diretor de programas daquele canal que para muitos é visto como um fluxo contínuo de material de arquivo. O novo conceito de grelha, com renovações periódicas a cada três meses, pretende…

A aposta é numa grelha horizontal, onde a programação é encaixada em faixas e permitindo ao espetador saber o que espera a cada hora – um perfil semelhante ao que foi posto em prática pela RTP2 há um ano. “Mas há uma grande renovação também estética, de imagem e até do perfil sonoro da estação”.

Hoje às 22h, o novo conceito entra no ar, com a grande aposta cujo nome resume o espírito da estação: Traz pr’ á frente. Trata-se de um magazine e um cartaz sobre a semana, com moderação de Inês Lopes Gonçalves, com Júlio Isidro, Álvaro Costa, Fernando Alvim e Nuno Markl. “Todos estes quatro elementos têm muito que contar. O resultado é disruptivo e muito interessante”, classifica Madaíl.

Também Inesquecível, o programa de Júlio Isidro que é “neste momento o grande nome de referência da estação”, terá um novo enquadramento estético, mantendo-se o perfil: um talk show que convida grandes personalidades da televisão. Será transmitido às 22h de sábado, com repetições durante a semana.

Voltam os locutores

Uma ideia original é fazer miniprogramas, a que se deu o nome de coleções temáticas. São programas entre três a cinco minutos, intercalados ao longo do dia, aproveitando o imenso arquivo “e de certa maneira fazendo uma espécie de enciclopédia”: o Retrovisor procura momentos históricos, o Replay recupera a memória do desporto, o Tributo homenageia em crónica biográficas personalidades nacionais,  Gramofone vasculha o arquivo de momentos musicais e Retroescavadora é a pesquisa de tesourinhos feita pelo humorista Fernando Alvim.

Recuperando a ideia de locução de continuidade, a RTP Memória irá convidar um locutor por semana para acompanhar e guiar o espetador pela emissão. “É também uma forma de humanizar e dar um rosto à televisão”. A primeira será Filomena Cautela. O que não deixará a antena são os programas de José Hermano Saraiva, um dos grandes clássicos da estação: “É para nós inimaginável tirar o professor da antena”.

A ficção estará também organizada em faixas horárias. O cinema português arranca com a Canção de Lisboa, a parceria com a Cinemateca Portuguesa. A noite de segunda-feira terá sempre cinema nacional, que irá da comédia portuguesa até aos anos 70. O cinema internacional clássico é às tardes de sábado e ao domingo às 23h.

Conta-me como foi e Alô, alô

E as séries serão transmitidas na íntegra, de segunda a sexta. Às 22h, arranca o Conta-me como foi, uma produção recente mas que “os espetadores terão certamente vontade de a rever, dada a sua excelência”.  Aos sábados e domingos passam séries históricas.

 Antecedendo o regresso muito esperado da nova temporada de Ficheiros Secretos (que estreia  em janeiro na FOX), a RTP Memória irá passar as primeiras temporadas desta série de culto. E voltará o Alô, alô, e o Sim, sr. ministro, séries que fizeram história.

Os documentários terão também um lugar de relevo. Ao fim de semana serão retransmitidas as séries documentais de grande fôlego da RTP, como A Guerra, de Joaquim Furtado e Portugal, Retrato Social,  de António Barreto. De segunda a sexta, às 13h30, passa a série Portugalmente, de Luís Osório, e à meia-noite é novamente espaço para documentários clássicos. 

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