O secretariado da CCPJ convocou uma reunião com o jornalista da RTP, José Rodrigues dos Santos, que decorreu na semana passada, na sequência da referência no feminino feita pelo apresentador no Telejornal de 07 de outubro, quando falava do deputado eleito pelo PS Alexandre Quintanilha, a quem foram pedidas desculpas.
Nesse Telejornal, José Rodrigues dos Santos aludiu ao deputado mais velho, de 70 anos, referindo que foi "eleito ou eleita" pelo PS.
"Tendo ouvido as explicações do jornalista, dadas presencialmente [numa reunião na semana passada], e analisando a documentação que facultou, entende o secretariado que a respetiva atuação não é objetivamente subsumível no ilícito referido, pelo que não se justifica a abertura de qualquer procedimento", refere o secretariado da CCPJ na sua deliberação datada de hoje, a que a Lusa teve acesso.
"Tratou-se de um erro involuntário e induzido, do qual já apresentou de resto, aos visados, no dia seguinte, um pedido público de desculpas", acrescenta.
"A conduta é explicável por múltiplas razões, nomeadamente pela falta de uma mais cuidada e atenta preparação dos temas a tratar e a apresentar, mas não por um propósito discriminatório, que não se descortinou", refere.
O secretariado adianta que a associação ILGA tinha apresentado uma queixa sobre a matéria.
A reunião do secretariado da CCPJ com o jornalista da RTP visava apurar, "sumária e preliminarmente, se a conduta do jornalista era suscetível de configurar uma violação do dever previsto no artigo 14.º/2, e) do Estatuto do Jornalista, ou seja, o dever de 'não tratar discriminatoriamente as pessoas, designadamente em razão da ascendência, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual', em ordem a deliberar sobre a abertura, ou não, de um inquérito ou de um processo disciplinar".
Contactado pela Lusa, José Rodrigues dos Santos afirmou: "A mentira lava-se com a verdade".
A polémica levou a que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) tenha aberto um processo contra a RTP, explicando que tal "deve-se a indícios de violação de direitos fundamentais dos cidadãos".
Por outro lado, o presidente do regulador dos media, Carlos Magno, não subscreveu a abertura do processo por considerar que este não irá trazer "nada de novo".
"Antes de tomar uma posição quis falar com Alexandre Quintanilha e José Rodrigues dos Santos. Neste momento já tenho uma explicação
Lusa/SOL